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Documentos mostram que licitação investigada ocorreu na gestão de Marioneide

Da Redação - Max Aguiar

A secretária de Estado de Educação, Marioneide Kliemaschewsk, que deixará o comando da Secretaria Estadual de Educação no próximo dia 30 de outubro, confirmou nesta semana que foi ouvida na Polícia Civil no âmbito das investigações sobre supostas irregularidades na Secretaria Municipal de Educação, que ela comandou durante a gestão passada. Ela declarou não ter conhecimento dos fatos. Documentos, no entanto, apontam que a licitação foi feita na gestão dela.
 
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Segundo a secretária, ela foi chamada como testemunha na Operação Overlap, que investiga possíveis fraudes na construção do Centro Municipal de Educação Infantil Joana Mont Serrat, no bairro CPA III, em Cuiabá. Marioneide informou que conhecia os investigados apenas socialmente e negou que a licitação tenha ocorrido em sua gestão à frente da secretaria. “A TR dos fatos foi feita na nossa gestão, mas a licitação não. Não tivemos acesso sobre quem ganhou ou deixou de ganhar", declarou.
 
Porém, documentos obtidos contrariam versão dada pela ex-secretária de Educação de Cuiabá. De acordo com Kliemaschewsk, ela não tinha conhecimento dos fatos, já que a licitação não teria sido feita em sua gestão. No entanto, o ofício Nº 991/2016/GS/ME, assinado por ela em 01 de junho de 2016, comprova a abertura do leilão naquele ano.
 
“Por intermédio do presente, encaminhamos em anexo o termo de referência cujo objeto visa a abertura do processo licitatório para contratação de empresa de engenharia para execução do remanescente da obra, junto ao CMEI CPA 3”, diz trecho do documento.
 
“Assim como de praxe, segue em anexo toda documentação, termo de referência, planilhas, cronogramas físico financeiro, PED, projetos do FNE, ARTs, memorial descritivo, mídia digital, extrato de prorrogação do PC 13254/2016, nos termos da exigência constante na orientação técnica número 015/2015, para a realização do checklist e posterior abertura do feito” complementou.
 
O resultado da licitação com o nome das duas empresas vencedoras do processo licitatório foi divulgado no dia 2 de dezembro de 2016, dias antes da saída de Marioneide da SME, que ocorreu no dia 31.
 
Marioneide afirmou ainda em seu depoimento que realmente o CMEI foi alvo de constantes depredações durante o tempo em que obra ficou paralisada. “Eu disse que na nossa época, em 2013, a obra já tinha sido iniciada e existia na obra vários vândalos que entravam para fazer uso de droga. Então de fato não posso dizer que não entraram lá para roubar. Apenas isso”, relatou aos jornalistas.
 
O caso ainda segue em investigação e novas operações devem surgir. Um dos argumentos apontados pelos investigadores sobre as ilicitudes é a compra duplicada de itens como portas e parte do telhado, o que evidenciaria desvio de dinheiro. Na versão da empresa investigada, no entanto, a obra ficou abandonada por pelo menos três anos e, com isto, o centro educacional teria sido alvo de constantes depredações, motivando a compra de novos materiais para repor a depredação.
 
Saída da pasta
 
Marioneide estava na pasta desde o último ano da gestão de Pedro Taques e permaneceu na pasta no governo de Mauro Mendes (DEM). O anúncio da saída do governo foi feito nesta quinta-feira (22).
 
“Deixarei a pasta para iniciar novos desafios, mas estou saindo com o sentimento de que dei o melhor de mim enquanto gestora pública da área de educação, observando os princípios administrativos e pedagógicos que permeiam a educação pública em nosso país”, afirma a secretária. Segundo ela, conduzir os rumos da educação pública em Mato Grosso foi um desafio que exigiu mais do que podia imaginar, mas também foi uma grata missão para quem, como ela, vive e acredita que a educação é o único meio de transformação de vidas.
 
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