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Investigações sobre escutas na presidência da AL estão avançadas e devem ser concluídas em breve

Da Redação - Wesley Santiago/Do Local - Max Aguiar

As investigações sobre as central clandestina de escutas dentro das salas da Presidência e do Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa estão bem avançadas. A informação foi confirmada pelo Secretário de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp), Alexandre Bustamante, que preferiu ainda não repassar detalhes sobre o caso.

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Segundo o secretário, “está bem avançado este caso. A Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) está trabalhando junto com a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO). Posso adiantar que teremos logo a conclusão do inquérito. Por enquanto, não podemos divulgar muita coisa”.
 
Recentemente, Olhar Direto - que trouxe o caso em primeira mão - divulgou que novos caminhos podiam ter sido tomados na investigação que busca responsáveis por implantar a central de espionagem. Um depoimento precisou ser refeito quando um segurança da Presidência disse que teria se equivocado ao dizer que ele teria encontrado os cabos.
 
O depoimento foi conseguido pela reportagem e de fato consta que esse segurança, que também é policial civil, teria dito que desconfiou de uma alteração no forro, pegou uma escada e ao subir, descobriu os fios, que possivelmente teriam sido colocados para gravar ou escutar conversas de reuniões da presidência.
 
A oitiva desse segurança aconteceu às 09h10 do dia 29 de abril ao delegado Eduardo Rizzotto de Carvalho. Questionado sobre as escutas, o segurança afirmou que dia 16 de abril estava na sala do presidente, coma  chefe de gabinete, quando notou algo estranho no forro.
 
Segundo esse depoimento, ele encontrou um fio grudado na placa de gesso, que logo mais a frente esse fio se conectava a outros quatro fios brancos que estavam acoplados.
 
Outros fios também foram econtrados na sala do Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa e, ainda segundo a declaração do segurança, possivelmente esses cabos poderiam ser de escutas clandestinas.
 
Porém, o que foi dito difere do já investigado pela Polícia Civil.
 
Nas imagens do circuito interno de filmagens da Casa de Leis obtidas pela PJC, consta que dois policiais estiveram na sala do deputado Eduardo Botelho para uma visita, em uma quarta-feira, e na quinta-feira um policial voltou com outra pessoa para fazer "as checagens" das escutas, tendo em vista que os possíveis equipamentos teriam sido descobertos no primeiro dia de visita dos policiais.
 
Por conta disso, o segurança teve que prestar novo esclarecimento, tendo em vista que as informações não "batem", visto que ele se apresentou como o responsável por descobrir pontos de escutas dentro do Poder Legislativo.
 
Vale ressaltar que no depoimento, esse segurança ainda disse que uma das chaves da sala do deputado Eduardo Botelho fica com a Coordenadoria de Segurança e que ele só teria uma cópia que havia sido tirada há alguns dias e que nunca tinha usado para entrar na sala.
 
Além disso, o segurança também não cita os policiais que estiveram com Botelho na quarta-feira. Mesmo assim, eles foram afastados dos cargos, mas por enquanto não foram notificados sobre abertura de processo investigatório ou processo por parte da PM. Até que o processo se encerre, ambos irão ficar em trabalhos administrativos da corporação, no Quartel do Comando Geral.
 
Vale ressaltar, que na quinta-feira (16 de abril), quando houve a varredura para a retirada dos cabos, apenas um policial que não faz parte da Coordenadoria Militar esteve no Palácio Dante Martins de Oliveira, sede da Assembleia Legislativa, e quem encontrou de fato o cabeamento foi um profissional do ramo de aparelhos eletrônicos. Ele seria um conhecido do deputado Eduardo Botelho teria a anuência do presidente para poder fazer o trabalho investigativo, que acabou encontrando os cabos suspeitos no forro.
 
O caso das escutas é investigado pelo delegado Eduardo Rizzotto de Carvalho, que não fala muito sobre o assunto para não atrapalhar o andamento do processo. Mas a reportagem descobriu que além do segurança, outras pessoas já foram ouvidas como testemunhas do caso.
 
Outro ponto a ser questionado é se de fato havia uma escuta ilegal dentro da sala, pois há quem diz que o cabo não era ligado a nada e que possivelmente o caso "de arapongagem" seria uma farsa colocada para tentar intimidar a presidência. O que sobra nesse caso é a PJC está com uma equipe exclusiva para elucidar todo o caso.  
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