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Helicóptero do Ibama que caiu no Pantanal é alugado; chefe foi exonerado após criticar redução de aeronaves

Da Redação - Wesley Santiago

O helicóptero que caiu no Pantanal, na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, era alugado, já que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não possui aeronaves próprias. O coronel do Corpo de Bombeiros do Pará, Mauro Tadeu, foi a única vítima do acidente aéreo. Vale lembrar que, em agosto, o órgão decidiu reduzir a frota, o que inclusive gerou a exoneração do responsável pelo setor, após enviar diversos ofícios discordando da decisão.

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Em agosto, o Ibama reduziu o número de helicópteros que aluga para vigiar o desmatamento e as queimadas no Pantanal e Amazônia, passando a contar com apenas quatro para auxiliar na vigilância de uma área de 5 milhões de quilômetros quadrados. Até então, havia seis aeronaves. Servidores que atuam no setor afirmaram ao Estadão que os equipamentos operam no limite, dadas as limitações das máquinas.
 
O responsável pelo setor alertou que as reduções trariam consequências graves para o trabalho de fiscalização, mas foi exonerado uma semana depois de encaminhar uma série de ofícios nesse sentido. Os seis helicópteros são utilizados para fiscalizar todo o País. Em época de seca, quando os incêndios proliferam na região Norte, as horas de voo dos equipamentos aumentam significativamente.
 
A determinação para os cortes partiu do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Foi limitado o aluguel a somente quatro aeronaves porque o orçamento dos helicópteros não pode ultrapassar o custo anual de R$ 60 milhões.
 
O Ibama não possui helicópteros próprios. Trata-se de equipamentos alugados de terceiros. Neste último trimestre do ano, o órgão vinha atrasando uma série de pagamentos à empresa prestadora do serviço. Em outubro, as contas em aberto com helicópteros chegavam a R$ 5 milhões.

O caso
 
Um helicóptero do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), prefixo PR-HEB, caiu no Pantanal, próximo a divisa do estado de Mato Grosso com Mato Grosso do Sul, nesta terça-feira (1). O coronel do Corpo de Bombeiros do Pará, Mauro Tadeu, teve a morte confirmada.
 
A informação foi confirmada ao Olhar Direto pelo Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), que deslocou uma equipe para prestar apoio ao resgate, a pedido do Secretário de Segurança Pública (Sesp), Alexandre Bustamante.

O comandante era piloto desde 2005 e tem mais de cinco mil horas de voo. Ele deixa esposa e dois filhos. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, postou em seu twitter sentimentos de pesar aos familiares e amigos do bombeiro.
 
Outra queda no Pantanal
 
No dia 08 de outubro, um helicóptero da Força Nacional, que atuava no combate a incêndios na região, caiu no Pantanal mato-grossense. Na ocasião, o piloto e os outros dois tripulantes sobreviveram e receberam os cuidados em Cuiabá. Eles receberam alta dias depois e seguiram para seus domicílios.
 
Porém, Renato de Oliveira de Souza, agente especial da Polícia Civil do Distrito Federal e piloto do helicóptero, que continuava o seu tratamento em casa, morreu dias depois. Ele estava sendo tratado em sistema home care. A suspeita é que ele tivesse sofrido um tromboembolismo pulmonar. (Com informações do Estadão)
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