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Deputados criticam governo e cobram pagamento de emendas em forma integral

Da Redação - Max Aguiar / Da Reportagem Local - Isabela Mercuri

Os deputados estaduais deixaram o estilo "paz e amor" de lado durante a sessão ordinária da tarde desta quarta-feira (2) e reagiram duramente contra o Palácio Paiaguás por conta do não pagamento igualitário das emendas parlamentares do ano de 2020. O correto é cada deputado ter R$ 7 milhões para dividir em suas bases, mas não foi assim que chegou a mensagem do governador Mauro Mendes (DEM) até a Mesa Diretora da ALMT.

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Até agora, Mendes pagou R$ 40 milhões e quer terminar o ano com mais R$ 30 milhões, totalizando R$ 70 milhões em emendas, o que faria cada deputado perder cerca de R$ 50% das emendas destinadas.

Se a Assembleia Legislativa aprovar que o estado pague apenas o valor de R$ 70 milhões, o ano de 2021 iria começar zerado, ou seja, sem nenhuma dívida com nenhum parlamentar. Mas o plenário reagiu e não deixou barato. A deputada Janaina Riva (MDB) foi a primeira a usar a tribuna. 

"Eu preciso saber o porque que o governo parece não ter respeito com os deputados. A ponta não entende que o deputado não vai ter emenda. A gente faz a indicação e o governo não paga. Quem sofre são nossas bases", afirmou Janaina Riva. 

Valdir Baranco (PT) também falou grosso com o governador e disse que é inadmissível o parlamentar ficar sem emenda para indicação. "O desprezo do governador pela Assembleia Legislativa precisa ter um levante aqui nesta casa. Não podemos aceitar tudo. Emenda é direito do povo, não nosso. Fica parecendo que temos que ajoelhar aos pés do governador. Não vamos negociar com ele. Nós fomos eleitos para ter altivez nas tomadas da decisão. É preciso que o senhor respeito esse parlamento", disse Barranco. 

O deputado Allan Kardec (PDT) chamou atenção do presidente da Assembleia, deputado Eduardo Botelho. Ele disse que por ter sido reconduzido ao cargo de presidente por três vezes, a responsabilidade de diálogo com o governo é de total responsabilidade de Botelho. 

"A responsabilidade de cuidar dos 24 deputados é de vossa excelência. Se o governo teve sucesso em tomadas de medidas sérias, é de responsabilidade de vossa excelência. Se o senhor pretende manter a liderança sobre todos nós, o senhor precisa agir. O senhor precisa mostrar respeito. Destinei todas minhas emendas aos secretários de Saúde e Educação. Mas eu faço questão que as outras emendas sejam pagas às outras áreas. E vai ter sobra no caixa. Ai vem um contingenciamento no pagamento da emenda? O deputado Botelho tem que fazer a defesa de todos os deputados dessa casa", disse Allan. 

Dilmar Dal Bosco (DEM), por ser líder do governo, tentou colocar panos quentes na situação e disse que nunca o estado teve tanto pagamento de emenda como na atual gestão. Dilmar lembrou do governo Silval e falou que naquela época era pago 0 reais para cada deputado. 

"Em 2011 fui opisição ao governo Silval. No primeiro ano eu destinei emendas para vários parlamentares. Ainda iniciantes eu mandei ofícios aos ofícios e vereadores e naquela época nunca foi pago nada. Nenhum real. No governo Pedro Taques era também uma dificuldade. Agora, pela primeira vez que temos condições de ter emendas. O esforço do governo é muito, temos que analisar isso. Aqui eu tenho certeza, vamos conversar com o governo para que cada deputado tenha um valor para terminar 2020, igualitário para todos", disse o líder do governo. 

Antes do projeto ser colocado em pauta, ele já teve pedido de vistas e não foi votado. Agora ele tem mais tempo para ser estudado pelo deputado Silvio Favero (PSL) e por todos os outros deputados, e na próxima sessão será colocado em apreciação dos parlamentares. 
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