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DJ de Cuiabá é vacinada contra a Covid-19 em Londres após conseguir cidadania e emprego em hospital

Da Redação - Isabela Mercuri

A DJ e fotógrafa Larissa de Paula Rebelatto, 26, deixou Cuiabá há quatro meses com o sonho de morar na Inglaterra. Mesmo em meio à pandemia, ela conseguiu tirar cidadania europeia, cruzar a fronteira antes de começarem a valer as regras do Brexit, e ser contratada no St Thomas Hospital, para trabalhar no setor de vacinação. Na última sexta-feira (8), recebeu a primeira dose da vacina de Oxford contra a Covid-19. A segunda está agendada para o dia 26 de março.

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Depois que deixou Cuiabá, Larissa foi para Londres, onde ficou em quarentena por catorze dias. Sua intenção era ir até a Itália, onde entraria com a documentação para conseguir sua cidadania, mas a ‘parada’ foi necessária porque a fronteira da Itália estava fechada para brasileiros. Após este período, ela ficou três meses dedicada somente a tirar o passaporte italiano.

Com o Brexit, o Reino Unido deixou de ser parte da União Europeia em 31 de dezembro de 2020. Larissa, no entanto, cruzou a fronteira ainda em dezembro e, com isso, conseguiu se instalar oficialmente na Inglaterra. Desde que chegou, ela começou a procurar emprego, até que encontrou um no St Thomas Hospital.

“Consegui emprego para trabalhar num dos principais hospitais de Londres, que chama St Thomas, para trabalhar na linha de frente, na parte da vacinação. Me candidatei, consegui, e estou trabalhando tem uma semana já”, contou ao Olhar Direto.

Depois que começou a trabalhar no setor de imunização, foi lhe oferecida a oportunidade de também se vacinar, mas não era obrigatório. “Na sexta-feira, dia 8, tomei minha primeira dose. É a de Oxford, que é fácil de armazenar. E minha segunda dose está marcada para dia 26 de março”, explicou. Depois da vacina, Larissa disse que sentiu dor no braço e um estado febril, mas os sintomas são 'normais' e já eram esperados. 

Segundo a DJ, sua função no hospital é de organizar a logística da vacinação junto aos pacientes. Ela ficou sabendo da vaga em um grupo de WhatsApp, e se candidatou sem saber exatamente o que faria, muito menos que isso faria com que ela recebesse a vacina.

“Eu fiquei bem surpresa, me senti totalmente realizada, sortuda demais, porque eu não peguei Covid nenhuma vez...  Inclusive esse ano não peguei nenhum tipo de gripe, acho que a gente estava se cuidando tanto que nem isso aconteceu. Mas fiquei bem surpresa, super feliz”, comemorou. A DJ tem diabetes tipo 1 e, por este motivo, entraria na fila para ser vacinada, mas não tão rapidamente quanto aconteceu.

Apesar de já ter tomado a primeira dose da vacina, Larissa conta que segue saindo de casa somente para trabalhar, já que o país está em “lockdown” novamente, pelo menos até 15 de fevereiro. “Aqui a gente está em lockdown, o país inteiro, não tem nada liberado. Todos os restaurantes e bares fechados, só pode passar para pegar e comer em casa, e o lockdown está bem apertado agora”, explica.

“A intenção, que o primeiro ministro falou, é de estar todo mundo pelo menos com a primeira dose no braço [para acabarem as restrições], e antes de março acho que eles conseguem vacinar todo mundo com a primeiras doses. Já foram vacinadas dois milhões e meio de pessoas aqui”, conta.

Outros casos

Outros dois cuiabanos morando em Londres aguardam sua vez de se vacinarem. É o caso de Carlos Tiago Fortunato, 36, que vive lá há dez anos e é advogado. Ele disse que está na última faixa da população para receber a vacina, então aguarda as instruções do governo. "Estamos aguardando de forma paciente e esperando que voltaremos a viver de forma tranquila em breve", disse ao Olhar Direto.

Ela afirmou que este terceiro 'lockdown' tem sido difícil. "A população não esperava mais um "lockdown" aos mesmos moldes do primeiro. Voltamos as mesmas regras de março de 2020, onde poucas áreas de comércio e de serviços estão abertas. De qualquer forma, tem uma sensação de que a população sabe mais de como lidar com estas regras", afirmou. Segundo ele, a população está preocupada com a nova variante do vírus (possivelmente mais contagiosa), mas confiante na chegada da vacina.

O sobrinho de Carlos, Lucas de Carvalho, está em Londres desde dezembro de 2019. Segundo ele, a população está cansada das restrições. " A nova variante deixa a população mas preocupada pelo fato de ela ser transmitida mais facilmente, o número de casos aumentam todos dias, mas muito se deve também ao fato de que cada dia mais pessoas vão fazer o teste", afirmou.
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