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Executado por família teria agredido esposa e tentado estuprar cunhada quando ela tinha 11 anos

Da Redação - Wesley Santiago

Marcio José Silva, de 46 anos, executado com tiros na cabeça e costas, em janeiro deste ano,  em uma propriedade rural do município de Aripuanã (1.002 km de Cuiabá) teria sido morto em vingança por ter agredido e traído a esposa, além de ter tentado estuprar a cunhada, quando a garota tinha 11 anos de idade. O crime teria sido encomendado por familiares, que foram presos nesta quarta-feira (27).

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Três envolvidos foram conduzidos para a Delegacia de Aripuanã, onde foram ouvidos pelo delegado Philipe de Paula da Silva Pinho. Eles informaram que o crime havia sido planejado pela esposa de Márcio, pois, segundo a mulher, a vítima a agrediu, cometia adultério e também havia tentado abusar sexualmente de sua irmã quando a garota tinha 11 anos de idade.

Ao serem indagadas sobre as acusações, a esposa e a cunhada da vítima relataram que os três presos (dois adultos e um adolescente) haviam “tomado as dores” por conta própria e que ambas não mandaram os suspeitos tentaram contra a vida de Márcio José Silva.

Na Delegacia de Aripuanã foi feita a prisão em flagrante dos dois suspeitos, das duas mulheres (esposa e cunhada da vítima) e a apreensão do menor infrator.

Durante as diligências investigativas da trama criminosa, os policiais civis descobriram a participação de todos os familiares no homicídio de Márcio e no sequestro de seu filho, o que embasou a representação do pedido de prisão preventiva dos envolvidos - além da esposa e cunhada da vítima, outras duas mulheres integrantes da família.

De acordo com o delegado de Aripuanã, Philipe de Paula da Silva Pinho, diante do aprofundamento das investigações, especialmente pelo depoimento do adolescente envolvido no crime, foi possível representar pelas prisões. O adolescente detalhou toda a dinâmica dos acontecimentos, desde a saída de Alta Floresta, em companhia do seu comparsa, a bordo de um caminhão roubado até a chegada na cidade, o pouso na residência da sogra de Márcio, até a arquitetura, planejamento e execução dos delitos perpetrados contra Márcio José da Silva e seu filho, 

“O menor afirmou de forma categórica, que na noite anterior do crime a esposa e sua irmã, tomaram ciência de que ele mataria o marido, pelas traições e tentativa de violação da dignidade sexual da praticada em desfavor da cunhada, bem como foram elas que abriram a porta da casa e lhe entregou o dinheiro pelo serviço. O infrator narrou ainda, que ao final da empreitada, ele e seu comparsa foram até a casa da mãe das duas irmãs e avisaram-na que o serviço estava feito”, explicou o delegado.

O crime

O crime ocorreu na madrugada do dia 13 de janeiro deste ano, em uma propriedade rural do município de Aripuanã, quando as vítimas, Marcio José Silva de 46 anos e o seu filho de 23 anos, foram rendidas pelos criminosos.

A Polícia Militar realizava rondas, quando a vítima de 23 anos procurou a guarnição e informou que dois homens armados em um carro Fiat Uno, o renderam, amarraram o obrigando a levar os suspeitos até seu pai.

Conforme o jovem, assim que os criminosos encontraram o seu pai, ele também teve as mãos e pés amarrados e ambos foram levados para uma estrada, a cerca de sete quilômetros da cidade.

Segundo relato do filho, o suspeito o deixou dentro do carro e levou o seu pai até as margens de um rio, quando então escutou barulho de disparos de arma de fogo. Logo após os suspeitos retornaram ao veículo onde o rapaz estava amarrado, retornaram para a cidade e em seguida liberaram o rapaz, quando ele então procurou a Polícia Militar.

Imediatamente, os militares foram até o local indicado pela vítima e encontraram Marcio José Silva caído com perfurações na região da cabeça e costas. A vítima foi socorrida ainda com vida e encaminhada ao Hospital Municipal de Aripuanã, onde permaneceu internada sob cuidados médicos. No entanto, Márcio não resistiu e foi a óbito nesta segunda-feira (25.01).

Na ocasião dos acontecimentos, os militares conseguiram abordar o veículo utilizado no crime nas proximidades de um bar, porém os suspeitos, ao perceberem a viatura, fugiram do local, mas um deles acabou sendo preso em seguida.

Questionado sobre o crime, o homem apontou seu comparsa (um adolescente) e também indicou a residência onde estava a arma de fogo, a bateria e os pneus que haviam sido furtados por eles em outra situação criminosa.

No endereço indicado, a equipe prendeu outro rapaz, que alegou não ter envolvimento na tentativa de homicídio até então, e revelou onde era a casa do adolescente que havia escapado da polícia, que acabou sendo apreendido em uma residência.

Cinco mandados de prisão preventiva e um mandado de internação provisória foram cumpridos pela Polícia Civil do município de Aripuanã (1.002 km a noroeste de Cuiabá), na manhã desta quarta-feira (27).

odos respondem o inquérito policial instaurado pelos crimes e ato infracional, respectivamente, por homicídio doloso, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, associação criminosa, corrupção de menores, sequestro, cárcere privado e furto.
 
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