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Pacientes onco-hematológicos devem realizar acompanhamento para tomar vacina contra a Covid-19

Da Redação - Michael Esquer

Desde o dia 17 de janeiro, brasileiros já estão sendo imunizados contra o novo coronavírus e até o último domingo (07), mais de 3,5 milhões já haviam recebido a primeira dose de um dos imunizantes aprovados para uso no país.

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Em Cuiabá, a campanha que teve início no dia 20 de janeiro e tem atendido aos trabalhadores da saúde, que atuam na linha de frente contra o coronavírus e os idosos, ultrapassou a marca dos 10 mil vacinados na última terça-feira (02) segundo dados da prefeitura da município.

Com foco inicial nos grupos de risco e nos profissionais da saúde, muitos questionamento tem surgido, principalmente sobre quem poderia e quem não poderia se vacinar contra o vírus da Covid-19.

A Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular (ABHH) recomenda que pacientes com problemas hematológicos como leucemias e linfomas devem se atentar à aplicação da vacina contra o coronavírus. Nos casos específicos dos que fazem o tratamento com medicações imunossupressoras, que diminuem a imunidade, é preciso conversar com o médico especialista.

Segundo a médica hematologista, Paloma Borges, da Clínica Oncolog, nos casos em que a imunidade está muito baixa, o paciente não tem a condição de produzir anticorpos contra a doença. Dessa forma, a vacina não teria efeito, ainda que aplicada de maneira correta e seguindo as orientações das organizações de saúde.

“A medicação prejudica a resposta do imunizante. Se ele tomar logo depois da aplicação intravenosa ele não vai desenvolver a imunidade porque ele não vai desenvolver os anticorpos contra o novo coronavírus. Todo paciente vai ter que conversar com o médico para programar o melhor momento”, disse a hematologista.

Até o momento o Brasil possui aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial de duas vacinas:. A primeira é produzida pelo Instituto Butantan e a segunda pela Fundação Fiocruz em parceria com a Oxford e com a AstraZeneca. Cada estado determinou um plano de vacinação conforme doses do imunizante distribuídos pelo Governo Federal.

Apesar disso, a recomendação geral para os estados é que em um primeiro momento, o imunizante seja destinado às pessoas consideradas do grupo de risco, como idosos, pessoas com comorbidades que agravem a doença e profissionais de saúde que estejam na linha de frente contra a doença. Pacientes onco-hematológicos não entram nesse grupo, a não ser que tenham idade avançada, obesidade e doença de base não controlada.

“Então quando chegar a vez do paciente onco-hematológico, ele vai conversar com o especialista para programar o melhor momento. Toma daqui uma semana, daqui duas semanas. Depende do protocolo de cada um. Tem uns que recebem a medicação a cada 21 dias, por exemplo, então vai ter que fazer no dia 18 após aplicado o remédio”, assinalou Borges.
 
Ainda de acordo com a ABHH, pacientes com condições hematológicas não podem receber apenas vacinas que tenham vírus vivo ou de vetor replicante. No entanto, nenhuma das vacinas aprovadas no Brasil até o momento seguem essa modalidade. CoronaVac e Oxford/Atrazeneca, disponíveis no país, não realizaram testes em pacientes com problemas hematológicos, mas, ainda assim, são consideradas seguras pela associação.

“Como o número de infectados no Brasil continua a aumentar e não há evidência de controle da circulação do vírus, todos os indivíduos com mais de 18 anos têm indicação de receber a vacina para Covid-19, incluindo pacientes acometidos por neoplasias hematológicos”, diz guia da ABHH. “Orientamos que pacientes com doenças onco-hematológicas devem se vacinar com a primeira vacina disponível para uso”, aconselham os especialistas do guia.

Números da pandemia
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) notificou, até a tarde deste domingo (07), 225.458 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, sendo registrados 5.308 óbitos em decorrência do coronavírus no Estado.

Foram notificadas 626 novas confirmações de casos de coronavírus no Estado. Dos 225.458 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, 7.625 estão em isolamento domiciliar e 211.509 estão recuperados.

Entre casos confirmados, suspeitos e descartados para a Covid-19, há 284 internações em UTIs públicas e 287 em enfermarias públicas. Isto é, a taxa de ocupação está em 76,76% para UTIs adulto e em 33% para enfermarias adulto.

Dentre os dez municípios com maior número de casos de Covid-19 estão: Cuiabá (48.103), Rondonópolis (16.079), Várzea Grande (14.550), Sinop (11.820), Sorriso (9.608), Tangará da Serra (9.496), Lucas do Rio Verde (8.786), Primavera do Leste (6.750), Cáceres (5.234) e Nova Mutum (4.712).
 
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