Imprimir

Notícias / Cidades

Marido conta que assassino de empresária tentou se passar por ela no WhatsApp para despistar família e polícia

Da Redação - Wesley Santiago/Do Local - Fabiana Mendes

Jefferson Rodrigues da Silva, de 33 anos, responsável por matar a empresária Rosemeire Soares Perin, 52 anos, encontrada no final da tarde desta quinta-feira (18) próximo à Passagem da Conceição, em Várzea Grande, com três cortes no pescoço, tentou se passar por ela através de um aplicativo de mensagens, na intenção de esconder o crime.

Leia mais:
Criminoso diz que matou empresária por medo de voltar à cadeia; dívida de R$ 1.250 motivou discussão

O marido da empresária, Valmir Santos, 37, disse ao Olhar Direto - durante o velório na tarde desta sexta-feira (19) - que tentou entrar em contato com a empresária por diversas vezes através de mensagens no celular e ligações.

"Tentamos ligar, mandamos mensagem, mas nada. No outro dia, retornaram uma mensagem no celular dela. Mas de um jeito muito estranho, dizendo que estava em Sinop, vendo uma máquina e que logo voltava. Eu pedia para mandar uma foto, mas não tinha resposta", comentou.

Ainda na tentativa de despistar os familiares, o criminoso ainda postou no status da vítima uma mensagem, dizendo que estava tudo bem e que supostamente estava em Cáceres. "Porém, a gente sentia que as informações não estavam batendo".

Velório aconteceu na tarde desta sexta-feira (19). 

Além de falar com o marido, Jefferson ainda trocou mensagens com as filhas da empresária e policiais do Núcleo de Pessoas Desaparecidas (NPD) da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) se passando pela mulher.

Sumiço

O marido contou que saiu na terça-feira (16) e ela ficou em casa, como faz praticamente todos os dias. "Depois de um tempo, me ligou, perguntando onde estava o batedor de milk-shake. Depois ela me ligou, perguntando, eu disse onde estava e ela falou que ia para Várzea Grande".

"Fiquei esperando até umas dez horas da noite e resolvi mandar mensagem para as filhas delas. Falei que a mãe delas tinha sumido e não havia aparecido até aquele momento", comentou o marido.

Valmir ficou sabendo que a esposa estava morta pelas notícias da imprensa. "Muita gente me mandava as coisas que iam saindo e infelizmente tivemos este desfecho. Ela era uma pessoa muito querida. Trata todo mundo bem, com carinho. Mudamos para o bairro Dr. Fábio há uns três anos, ela conquistou muitas pessoas. Todos gostam muito dela".

Em março, os dois fariam três anos de relacionamento. A empresária deixa duas filhas e um filho, todos maiores de idade. 

Detalhes do crime

Rosemeire era empresária do ramo de produtos de festas e também vendia máquinas de sorvetes há mais de dez anos. Ela e Jefferson mantinham relações comercias já há algum tempo. No dia do crime, terça-feira (16), ela foi levar um produto que o criminoso havia adquirido.
 
Em março, Jefferson comprou uma máquina por cerca de R$ 7 mil. Porém, logo depois, ela apresentou um problema e a manutenção ficou orçada em R$ 2.100. Deste montante, o homem ficou devendo R$ 850 para Rosemeire, a partir de novembro de 2020.
 
Com a pandemia do novo coronavírus, Jefferson começou a ter problemas em seu comércio e somente voltou a trabalhar com a venda de sorvetes agora. Como precisava de um novo equipamento (batedor de milk-shake) acionou novamente a empresária, que cobrou R$ 400.

Ele também iniciou a venda de churrasquinho e já aproveitando, comprou pratos de plásticos da vítima, no valor de R$ 156.
 
No fim, a dívida de Jefferson ficou em R$ 1.250, algo que Rosemeire foi cobrar na terça-feira. O criminoso não gostou do tom utilizado pela empresária e aplicou-lhe uma gravata, sendo que ela caiu desacordada no chão e bateu com a cabeça. Desesperado, ele amarrou suas mãos e pés com fitas adesivas e amordaçou sua boca com uma meia.
 
Após cinco minutos, a vítima acordou, ainda um pouco desorientada. Como utilizava tornozeleira eletrônica e já havia sido preso, Jefferson afirmou em depoimento ao delegado Marcel Oliveira, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que ficou com medo de voltar para a cadeia, pegou uma faca caseira de aproximadamente 30 centímetros e desferiu três golpes no pescoço de Rosemeire, que não teve nenhuma chance de defesa.
 
A casa de Jefferson ficou complemente cheia de sangue, o que corrobora com a versão de que ele, sozinho, matou a empresária. Posteriormente, o criminoso ligou para um parente, pedindo por ajuda. Porém, esta pessoa – sem saber o que tinha ocorrido – disse que estava cansado das “merdas” que ele já havia feito e não iria se meter em mais uma.
 
Foi então que Jefferson lembrou-se de Pedro Paulo de Arruda, 29, que era sócio de um lava-jato onde ele fazia trabalhos esporádicos. O rapaz topou ajudar o assassino a ocultar o corpo, foi até a quitinete, onde - por volta das 22 horas - os dois envolveram o corpo de Rosemeire em plásticos, lençol e um edredom e fizeram o transporte até a Passagem da Conceição, onde a vítima foi deixada.
Imprimir