Imprimir

Notícias / Cidades

Núcleo de Desaparecidos apura sumiço de 21 pessoas que seriam ‘alvos’ do Comando Vermelho

Da Redação - Wesley Santiago

O Núcleo de Pessoas Desaparecidas (NPD) da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) é responsável por cuidar de 21 inquéritos de pessoas que sumiram e eram, possivelmente, alvos do Comando Vermelho. Entre eles está o caso de Giuley Menezes de Andrade, 37 anos, que foi raptado por membros da facção criminosa e teria sido morto por conta de uma acusação de estupro.

Leia mais:
Núcleo de Desaparecidos procura homem raptado pelo Comando Vermelho

Conforme o Núcleo de Pessoas Desaparecidas (NPD), até o levantamento recente eram 21 inquéritos sendo apurados em que há indícios de envolvimento com a facção criminosa. Deste total, 18 ainda são autos de investigação preliminar.
 
Entre os principais motivos para o desaparecimento das vítimas estão aqueles que passaram por julgamentos do Comando Vermelho, pessoas com dívida de tráfico, acusadas de estupro, os que levaram ‘salves’ [sessões de espancamento] e também integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção rival a que está instalada em Mato Grosso.
 
Rapto
 
O Núcleo de Desaparecidos da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) procura por Giuley Menezes de Andrade, 37 anos, desaparecido desde o dia 14 de dezembro do ano passado, após ser raptado por integrantes do Comando Vermelho, no Residencial Julio Domingos de Campos, que pertence ao ‘Minha Casa, Minha Vida’, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá). Ele foi alvo dos criminosos após ser acusado de estupro por uma mulher, em uma festa que aconteceu no local.
 
A mãe da vítima, que pediu para não ser identificada, contou ao Olhar Direto que o rapaz passou o dia todo bebendo e comendo churrasco, de frente onde estava morando, no residencial. Quando ela levantou para dar mamadeira para o filho dele, Giuley ainda não tinha retornado. Logo depois, ele entrou e disse que estava com um pessoal, se divertindo.
 
Pouco tempo depois, o rapaz saiu novamente e continuou na festa, até que ouviram-se gritos de uma mulher, que acusou Giuley de tê-la estuprado. “A mulher estava bêbada, falando várias coisas e meu filho jamais faria isto. Todas as outras mulheres que estavam lá defenderam ele, disseram que sempre respeitou a todos, entrava na casa de todos e nunca teve este tipo de problema”.
 
Por volta das 07 horas da manhã do dia 14 de dezembro, um dos membros do Comando Vermelho (CV) então teria entrado na casa da mulher em busca do rapaz. Do lado de fora, mais seis pessoas aguardavam para levá-lo. “Perguntei o que iriam fazer com o meu filho, me disseram que queriam apenas conversar”.
 
Os homens então saíram e levaram Giuley. Da janela, a mãe observava pela última vez o seu filho, que não seria mais visto desde então. Alguns dias depois, a mulher recebeu uma ligação de uma vizinha, dizendo que era para ela procurar a polícia, pois o Comando Vermelho teria matado o rapaz.
 
Um vídeo do rapaz sendo executado teria circulado entre os moradores do residencial, como uma forma de exemplo. Porém, a mãe disse nunca ter visto as imagens. O sentimento dela, é de que o filho foi assassinado.
 
O Núcleo de Pessoas Desaparecidas ficou ciente do caso e já fez diversas diligências em possíveis pontos onde o corpo poderia estar, sendo que, até agora, Giuley não foi encontrado. A possibilidade de que ele esteja vivo é bastante remota.
Imprimir