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MT termina pior mês da pandemia registrando 1 morte por Covid-19 a cada 23 minutos

Da Redação - Michael Esquer

No mês de março, a cada 23 minutos, em média, uma pessoa perdeu a vida vítima da Covid-19 em Mato Grosso. O mês termina como o pior da história da pandemia no Estado, com um aumento de 54% no número de óbitos em relação a julho de 2020, que até então figurava como o período mais trágico da crise sanitária. Número de casos também foi o maior, com crescimento de 47,9% em relação ao pico da primeira onda, em agosto de 2020.

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Nesta quarta-feira (31), março atingiu sozinho o número de 1.869 mortes, o que representa um aumento de 54% em relação a julho de 2020, que registrou 1213 mortes. Em relação ao número de casos, o número registrado foi de 59.448, uma elevação de 47,9% comparado ao recorde de agosto do ano passado. Os dados constam de levantamento feito pelo Olhar Direto a partir dos números publicados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT).

O mês é o quinto consecutivo em que as mortes registradas mensalmente seguem em ritmo crescente. Desde novembro de 2020, quando 289 mortes haviam sido notificadas, Mato Grosso segue curva crescente e acentuada. Apenas os números do período compreendido entre janeiro e março deste ano (3.155 óbitos), equivale a cerca de 67% do valor registrado durante todo o ano de 2020 no estado (4.520 óbitos).
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O registro ocorre impulsionado pelos vários recordes registrados ao longo das últimas semanas: em pelo menos três dias, o estado contabilizou mais de 100 mortes diárias. No dia 22 de março, por exemplo, o número foi de 125, o mais alto desde o primeiro registro de óbito causado pelo Sars-Cov2 em Mato Grosso. Sete dias depois, na segunda-feira (29), com 115 notificações, o estado registrou o seu novo segundo maior número de mortes diárias. Nesta quarta-feira (31), o registro de 100 ficou com a terceira colocação.

Tiago Rodrigues Viana, infectologista, professor e sub-investigador dos estudos da Coronavac em Cuiabá, já havia alertado, em entrevista ao Olhar Direto no início do mês passado, sobre a piora da pandemia, considerando a subida de casos e o esgotamento de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

“Baseado nas últimas semanas, o cenário para os próximos dias é ruim. As internações em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) aumentaram muito. Já há estados sem vagas de UTI. Já há muitas UTIs em nosso estado sem vagas ou trabalhando sempre no limite. Essa condição, no meio de uma pandemia, é muito temerosa”, avaliou na época, quando o sistema de saúde de Mato Grosso, apesar de ainda não ter oficialmente colapsado, se aproximava da superlotação.

Metodologia

O dado referente às mortes de março foi calculado subtraindo-se as mortes totais até fevereiro (5.806) do total até 31 de março (7.675). Os números dos meses anteriores foram determinados com o mesmo procedimento. O cálculo do número de casos registrados mensalmente foi realizado da mesma forma, retirando o número total até o fim de fevereiro (250.889) do total até o fim de março (310.337).

Casos das últimas 24h e leitos de UTI

Segundo o Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde Mato Grosso (SES-MT), divulgado na tarde desta quinta-feira (1), Mato Grosso chegou a 7.766 mortes por covid-19 nesta pandemia, com o registro em 24 horas de 91 óbitos causados pela doença. De acordo com a pasta, com os novos 2.338 casos confirmados de covid-19 o estado chegou a 312.675 pessoas contaminadas pelo novo coronavírus até o momento.

Na tarde desta quinta-feira (1), após ter colapsado no último dia 6 de março com a taxa de ocupação total dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em 99,60%, Mato Grosso ainda apresenta 97,28% de lotação das UTIs adultas, com 14 dos 22 hospitais operando em sua capacidade máxima de atendimento, 7 entre 80% e 97,% e 1 apenas com taxa de ocupação abaixo de 80%. 
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