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Stringueta diz que delegado-geral falta com a verdade ao falar sobre remoção da GCCO: "Fico indignado"

Da Redação - Vinicius Mendes

O delegado Flávio Stringueta, que foi exonerado da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) após a publicação de um artigo de opinião no qual fez críticas ao Ministério Público, disse que o delegado-geral da Polícia Civil, Mário Dermeval Aravechia de Resende, mentiu ao dizer que sua saída foi motivada por uma “oxigenação” da PJC. Segundo Stringueta, Dermeval teria deixado claro a ele que o artigo foi o motivo, e inclusive teria confirmado isso à imprensa.
 
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"Não há castigo nenhum, é muito comum a alternância de gestões", diz delegado-geral sobre saída de Stringueta da GCCO
 
Em entrevista recente o delegado-geral Mário Dermeval negou que a saída de Stringueta da GCCO teve relação com as falas dele sobre o Ministério Público. Segundo ele é muito comum a alternância de gestões nas unidades. O ex-titular da GCCO chamou o MP de “instituição imoral”, após aprovação da compra de R$ 2 milhões em aparelhos celulares para seus membros. Logo após a publicação do artigo na mídia local Stringueta foi removido da GCCO.
 
“Não há castigo nenhum, na realidade é muito comum a alternância de gestões nas unidades, é muito salutar, oxigena as unidades, tal qual os delegados que já trabalharam nesta unidade, é uma unidade de valor e não há desmerecimento nenhum com relação ao que aconteceu. Todos os policiais são valorizados, todos os delegados são valorizados e nós entendemos que foi uma mudança muito tranquila, uma mudança que se encaixa ao cotidiano da instituição", justificou Dermeval.
 
Stringueta, no entanto, afirma que a fala é mentirosa. O delegado lembrou que dias após sua saída da GCCO o delegado-geral confirmou à imprensa que decidiu desligá-lo do cargo para manter uma boa relação com o MP.
 
“Se você procurar na mídia ele confirmou que foi o artigo que provocou a minha saída da GCCO, ele ainda foi questionado se haveriam mais punições por conta dos outros artigos, e ele falou que não porque eu já não tinha mais cargo comissionado, cargo de confiança, então ficou bem claro que foi punição e que foi pelo artigo”, disse Stringueta.
 
O delegado, que foi remanejado para a 2ª Delegacia da Polícia Civil, localizada no bairro Carumbé, disse também que na ocasião em que foi comunicado sobre sua saída da GCCO o delegado-geral também teria deixado clara esta motivação.
 
“Na reunião comigo, quando fui comunicado da minha saída, ele deixou isso evidente, falou ‘olha você não podia ter feito um artigo desse, você coloca a Polícia Civil em rota de colisão com o Ministério Público’, e eu disse que falei em meu nome, não no da Polícia Civil, que não tenho representatividade nenhuma para falar em nome da Polícia Civil, sou o titular de uma unidade só”.
 
O delegado disse que também alertou Dermeval sobre a decisão, que poderia colocar a Polícia Civil em uma “saia justa” por retirar um delegado de polícia de uma unidade apenas por uma opinião pessoal.
 
“Então ele mentiu em uma das duas entrevistas, faltou com a verdade porque em uma confirma a mentira da outra. A pergunta é qual é a verdadeira? A que ele confirma que foi pelo artigo ou essa de agora”, disse Stringueta.
 
Coincidentemente, dias após a exoneração de Stringueta da GCCO, a PJC, através da parceria com o MP e Poder Judiciário, recebeu em conta própria o recurso de R$ 30 milhões, que serão destinados para as obras da nova sede da PJC. Não há confirmação sobre a relação entre estes fatos. Já com relação ao motivo da saída da GCCO, Stringueta afirmou que está claro.
 
“Eu só gostaria que ficasse bem claro que o delegado geral ou está mal assessorado ou se esquece do que fala para a imprensa. A minha saída foi pelo artigo conforme ele revelou na mídia local dias após a minha saída, e agora falta com a verdade quando fala para a sociedade que era uma remoção por ‘oxigenação’ da Polícia Civil”.
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