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Assembleia aprova projeto de lei para combater uso de narguilé em Mato Grosso

Da Redação - Fabiana Mendes

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovou na última quarta-feira (16), durante Sessão Ordinária, um Projeto de Lei que propõe uma campanha de combate ao uso do narguilé no estado por conta dos riscos de HPV, câncer de boca e garganta.

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“Elaboramos este PL com o intuito de sensibilizar e alertar os jovens sobre os malefícios do consumo do narguilé, que mesmo sendo de maneira esporádica, é bastante prejudicial à saúde, pois o usuário não traga apenas a nicotina; há outras substâncias tóxicas que também são ingeridas devido à queima do carvão, elementos como hidrocarbonetos, nitrosaminas e metais pesados são elevadamente cancerígenos”, explicou o autor da proposta, o deputado Valdir Barranco (PT). 

De acordo com o texto, o PL pretende criar uma ação para informar a população, em especial os jovens, sobre os riscos do uso do narguilé. Pela proposta, a divulgação da campanha deverá ser feita no rádio, televisão e com folhetos e cartazes educativos em unidades de saúde e instituições de ensino.

De acordo com o deputado, o consumo exacerbado pelos jovens tem aumentado durante os anos, tornando uma moda nas “festinhas” promovidas por eles e em roda de amigos, o que acaba incentivando a iniciação precoce ao tabagismo. Além de a piteira do narguilé ser sempre compartilhada entre as pessoas, aumentando as chances de transmissão de doenças graves, como o HPV e a hepatite C. “É necessário promover campanhas, e dar publicidade aos riscos do narguilé,” justificou Barranco.

“Diante desse quadro é que se faz necessário promover campanhas de orientação e conscientização em todo estado, divulgando os malefícios ocasionados pelo uso do narguilé e a falsa ideia da sua nocividade. E a situação fica ainda mais grave, pois além da transmissão dessas doenças, estamos vivendo um dos momentos mais graves da história, que é a pandemia de Covid-19, e muitas pessoas seguem compartilhando o narguilé. O Brasil já alcançou a terrível marca de 500 mil mortes e a exposição condicionada através do uso do narguilé tem de ser informada”, disse o parlamentar.

O Projeto de Lei está aguardando apenas a sanção do Governo para entrar em vigor, mas o Poder Executivo terá o prazo de 60 dias para regulamentar com as partes envolvidas.

Um dos casos mais recentes foi o da jovem Lívia Monteiro, de 19 anos, de Cuiabá, que teve parte do pulmão retirado em uma cirurgia de lobectomia - remoção do lobo inteiro do pulmão - por causa de fungos contraídos durante o uso de narguilé. Além de passar por transfusão de sangue devido à grande quantidade de sangue perdido durante o procedimento.
 
“E o alerta que eu deixo e que as pessoas fiquem atentos a água que colocam no narguilé, ao jeito que lavam, e principalmente não compartilhar com outras pessoas, por que a gente não sabe se o nosso amigo está portando fungos ou não”, disse em entrevista ao Olhar Direto.
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