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Associação irá construir dez corixos artificiais para matar a sede de animais e ajudar a combater incêndios no Pantanal

Da Redação - Isabela Mercuri / Do Local - Izabel Coutinho

Para evitar que cenas como as de 2020 se repitam neste e nos próximos anos, a Associação de Defesa do Pantanal (ADEPAN), em parceria com a Associação Mato-grossense de Municípios (AMM), construiu um ‘corixo antrópico’ – ou seja, feito pelo homem – e pretende investir em pelo menos outros quatro (e idealmente dez) com o objetivo de matar a sede dos animais e ajudar no combate ao fogo durante os períodos de estiagem.

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André Thuronyi, um dos membros da Associação, explicou que para a construção do primeiro corixo antrópico foram utilizados recursos oriundos de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado pelo Ministério Público de Mato Grosso, no valor de R$ 77 mil. Além disso, a AMM doou o projeto, e a família Nigro, da Rede de Hoteis Mato Grosso, doou o terreno para a construção. 

“Esse projeto visa atender à necessidade premente de termos estoque de água no período de incêndio. O que nos derrotou ano passado foi a inexistência de água para os caminhões do Corpo de Bombeiros e também para os carros-pipa que foram alugados com o objetivo de colaborar na extinção do incêndio”, explicou André.


Corixo antrópico (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Segundo Thuronyi, o corixo antrópico é um tanque feito de forma harmonizada com o meio ambiente e que também será um ponto turístico. Ele terá dois milhões de metros cúbicos de água, que deve vir de poços artesianos. “O poço artesiano alimenta o corixo antrópico, fica água para os bichos, e os bombeiros podem vir buscar água aqui nesse corixo, ou podem também ser carregados diretamente do poço artesiano e partir para os combates”, completou.

O primeiro corixo antrópico, construído com recursos do TAC do MPMT e projeto doado pela AMM. Segundo André, a esperança é de que a Adepan consiga fazer pelo menos cinco em 2021, e o ideal é que haja dez ao longo da transpantaneira, sendo um a cada quinze quilômetros.

Até agora, no entanto, falta um detalhe: saber quem vai pagar a energia elétrica para funcionar o transformador que levará a água do poço ao corixo. “Nós estamos querendo terminar esse e na esperança que nesse intervalo o Ministério Público consiga [custear os próximos]... custa apenas R$ 205 mil cada projeto desse. É muito pouco pelo muito que ele pode fazer. Para atender pelo menos o Pantanal da transpantaneira. Nós gostaríamos muito que a mesma coisa fosse feita na Estrada do Boqueirão, que é um outro acesso de um Pantanal que está um pouco mais esquecido, que é menos visível, e também achamos que deveria ter coisas desse tipo na estrada do Porto Cercado. Porque tudo isso ajudaria muito no combate futuro”, finalizou.

Espaço feito para os animais passarem
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