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Diretor de farmacêutica diz a CPI da Covid que vendeu ivermectina para governo de MT

Da Redação - Isabela Mercuri

O depoente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 no Senado, diretor-executivo da farmacêutica Vitamedic, Jailton Batista, afirmou que vendeu ivermectina – medicamento sem eficácia comprovada para tratamento contra o novo coronavírus – ao governo de Mato Grosso e prefeituras. Segundo Jailton, a venda do remédio cresceu 1100% de 2019 para 2020.

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Segundo a Agência Brasil, Jailton afirmou que não vendeu a ivermectina para o Governo Federal e, além do governo de Mato Grosso, fez negócio somente com prefeituras do país. Ele também admitiu que a empresa patrocinou o manifesto Médicos pela Vida, veiculado no dia 16 de fevereiro deste ano em jornais.

O empresário é CEO da Vitamedic há seis anos. Ele contou que a propaganda custou cerca de R$ 700 mil e o conteúdo indicava uma série de medicamentos para o tratamento da Covid-19. A Vitamedic é uma das maiores indústrias de ivermectina do país. De acordo com relatórios enviados à comissão, as vendas do medicamento saltaram de 24,5 milhões de comprimidos em 2019; para mais de 297 milhões em 2020 — um crescimento superior a 1.100%. E o preço médio da caixa com 500 comprimidos subiu de R$ 73 para R$ 240. Um aumento de 226%.

O CEO apontou que todos os medicamentos usados no suposto tratamento da covid registraram aumento nas vendas, entre eles, vitamina D, corticoides e antitérmicos. De acordo com o empresário, a Vitamedic faturou mais durante a pandemia, mas as despesas também cresceram.

"Nosso produto é de matéria prima importada, houve uma variação cambial nesse período de 46%, houve aumento de custos internos, em função da pandemia, tivemos que reconfigurar a empresa, criar turnos, reduzir pessoas trabalhando, afastar pessoas", afirmou.
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