Moradores protestam na porta da Prefeitura de Várzea Grande: "Não vai água, mas a fatura vai"
Da Redação - Michael Esquer / Da Reportagem Local - Fabiana Mendes
Diante da recorrente falta de água em diferentes pontos da cidade, moradores de Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá) protestaram em frente à prefeitura da cidade na manhã desta sexta-feira (13). Com baldes, cartazes e roupas sujas, cerca de 50 pessoas se manifestaram contra os serviços prestados pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE). Entre os relatos, alguns apontam falta de água de até um mês.
“Nós somos prejudicados, nós temos uma rua lá que só tem pessoas idosas. Eu sou aposentada, ganho um salário, daí tenho que comprar remédio, pagar exame, porque o Sus [Sistema Único de Saúde] demora demais”, conta ao Olhar Direto, Irene Companhoni, idosa moradora do bairro Deputado Milton Figueiredo que esteve na manifestação.
De acordo com a moradora, é comum que a água venha com normalidade apenas uma vez no mês em seu bairro. Uma frequência que torna a realidade difícil da pandemia ainda mais complicada para ela e demais habitantes da região.
“A gente precisa pagar [caminhão pipa], [apesar de] pagar água. Ontem ainda comprei mil litros de água, [por] R$ 40, eu tava com a casa suja, roupa suja. A água [quando vem, vem] pura lama, as caixa então fica grossa de lama”, disse.
Moradora de bairro relata que idosos tem sofrido com a falta de água, que chega a um mês. (Foto: Rogério Florentino)
Realidade que é a mesma enfrentada por Rodriga da Silva Matos, 59 anos, outra moradora, desta vez do bairro Cristo Rei. À reportagem, ela contou que se deslocou de bicicleta até a manifestação para poder reclamar do serviço prestado pelo DAE na cidade.
“[Mora comigo] meu pai que tá com 86 anos, tem minha irmã que tá com uma lanchonetezinha lá do lado [da nossa casa]. Nós ta usando a água que ela ta comprando e aí como é que fica?”, indaga a moradora ao questionar a falta de água e o pagamento de um serviço que deveria estar sendo prestado.
Segundo ela, o pai é doente e tinha uma cirurgia agendada para ser feita, porém, não pode realizar o procedimento devido à instabilidade do fornecimento do recurso hídrico. Nesse cenário, indignada, a moradora cobra a responsabilidade da empresa com os moradores da cidade, que tem enfrentado muitas dificuldades.
Os moradores que estavam na manifestação queriam encontrar o prefeito da cidade, Kalil Baracat (MDB), porém, ele estava em agenda em outro evento. “Tem três semanas que não vai água na minha casa, mas a fatura vai”, desabafou Rodriga.
Moradora do Cristo Rei foi de bicicleta até o protesto. (Foto: Rogério Florentino)
O que diz o DAE
O presidente do DAE, Carlos Alberto Simões de Arruda, esteve na manifestação durante uma presença curta. Na ocasião, os manifestantes passaram a proferir reclamações do serviço prestado pela empresa diretamente para Arruda, que terminou deixando os protestos e ingressando nas instalações da prefeitura. Procurada pela reportagem, a assessoria do DAE ainda não se posicionou quanto as demandas dos moradores da cidade.