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Emanuel diz que Bolsonaro é ‘temperamental’, mas não antidemocrata e afirma que MDB tem papel de ‘bombeiro’

Da Redação - Isabela Mercuri / Do local - Airton Marques

O prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) avaliou que os discursos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante as manifestações de 7 de setembro foram um pouco atrapalhados por seu jeito “temperamental”, mas não antidemocráticos. Pinheiro ainda afirmou que, ao contrário do PSDB nacional, que afirmou que irá discutir a possibilidade de impeachment do presidente, o MDB, seu partido, se pronunciou apenas defendendo a harmonia entre os poderes. “Nosso papel de bombeiro, e não de incendiar”, defendeu.

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“Eu li a nota do presidente Baleia, o PSDB em nível nacional que está marcando uma agenda para discutir impeachment, o MDB não, o MDB defende o Estado Democrático de Direito e a independência e harmonia dos poderes e instituições como está na constituição, e esse é o nosso papel de bombeiro, e não de incendiar, nós queremos contornar essa crise institucional, preservar os pilares da democracia, do Estado Democrático de Direito que é uma conquista da sociedade brasileira, da sociedade moderna, é muito caro para o Brasil, e eu defendo o amplo diálogo”, afirmou Emanuel, que não participou das manifestações em Cuiabá.

Segundo o chefe do executivo municipal, as falas de Bolsonaro – que chegou a afirmar que não aceitará o resultado das eleições de 2022 se não houver voto impresso e que não acatará nenhuma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF – são atrapalhadas por seu temperamento, mas o presidente não é um antidemocrata e nem atacou as instituições. Emanuel sugeriu que o presidente lesse um discurso ao invés de falar no impulso, para passar o recado sem se exaltar.

O prefeito ainda defendeu que os questionamentos de Bolsonaro ao STF têm que ser discutidos. “Claro que não cabe a nenhum presidente de uma democracia moderna falar em golpe, ou insinuar golpe. Mas eu acho que é a forma de expressar. Hora que ele diz que uma decisão monocrática de uma única pessoa pode colocar em risco a vida pública de uma pessoa eleita com quase 60 milhões de votos, tem sentido o que ele está falando, então ele quer questionar isso. Acho que isso tem que ser discutido. Se esse modelo está certo, não está certo... acho que tem que ser discutido exatamente isso”, afirmou.

“O presidente Bolsonaro, pelo menos as vezes que estive com ele, da forma que eu vejo ele administrar, não me parece ser um antidemocrata. Às vezes é falta de diálogo mesmo, precisa ser mais afeito ao diálogo, entender que na democracia a gente precisa... quantas decisões não temos que tomar que às vezes não representa o que a gente quer? Mas você representa a sociedade, a sociedade vive na diversidade mesmo, tem as opiniões contrárias, essa é a dimensão da democracia, e que prevaleça a vontade da maioria”, finalizou o prefeito.

Sobre as manifestações em Cuiabá, o prefeito afirmou que 'esqueceram' de agradecê-lo por ter liberado a Orla do Porto, mas elogiou os participantes por sua 'maturidade política'. "Desde que seja pacífica, avisada, respeitando a lei, e avisada com antecedência, não tem nenhum problema e foi uma demonstração belíssima de uma manifestação pacífica, não houve agressões, inclusive foi registrado que Cuiabá não houve agressões nem aos poderes e às instituições, então isso é uma demonstração de maturidade política da população cuiabana".
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