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Imunização apresenta perspectiva de controle da pandemia mesmo com variante Delta, mas cenário ainda é de alerta

Da Redação - Michael Esquer

Com mais de 65% da população vacinada com pelo menos uma dose de vacina contra a Covid-19, a perspectiva de controle de pandemia no Brasil tem dado bons sinais, mesmo com a presença da variante delta, conforme explica médica infectologista do Hospital Universitário Júlio Muller. Ao Olhar Direto, Danyenne Rejane de Assis, disse que o cenário otimista, ao mesmo tempo, não deve ser interpretado como sinônimo de abandono das medidas de biossegurança e que a população deve fazer sua parte para evitar novos surtos. 

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“Nossa imunização está indo bem, tem um bom aceite pela população, é bom essa perspectiva para o controle. Nós temos mais da metade da população imunizada com a primeira dose, uma campanha de vacinação que está bem abrangente, com boa adesão. É provável que a gente consiga ter mais sucesso que esses países anti-vacina, ou que já se vacinaram há mais tempo, no controle da pandemia, mesmo com a presença da variante Delta”, explica Assis. 

Por isso, a médica enfatiza a importância da vacina como ferramenta essencial no combate à pandemia. Após o início da vacinação, 94% das mortes causadas pelo novo coronavírus (Covid-19) em Mato Grosso foram de pessoas que não estavam imunizadas, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), com base nas informações oficiais do sistema IndicaSUS, mantido pelo Ministério da Saúde. 

“Quem não se vacinou tem essa desvantagem de ficar sintomático, correr risco de hospitalização, de óbito, além de transmitir o vírus por mais tempo. É importante reforçar a questão da vacinação”, explica. Apesar disso, ela também argumenta a necessidade de manutenção das medidas de biossegurança, expondo que mesmo entre pessoas vacinadas ainda há a possibilidade de circulação do vírus. Isto, devido ao risco de reinfecção, que, geralmente, além de ocorrer com menos frequência, apresenta casos mais leves.

“Não é só a vacina, a gente vai ter que continuar com as medidas de biossegurança, porque se a gente pode continuar transmitindo o vírus, é importante parar a cadeia da transmissão, que todas as medidas de biossegurança continuem sendo adotadas, especialmente o uso das máscaras. Já foi provado que em indivíduos pré-sintomáticos, ou seja, aqueles que contraíram o vírus e ainda vai manifestar sintomas, diminui muito o risco de transmitir o vírus se tiverem usando máscaras”, pontuou. 

Sobre as reinfecções, que despertaram dúvida entre a população, ela destacou que estas estão relacionadas, principalmente, a duas questões. A primeira delas está ligada ao surgimento de variantes, propício em um cenário de grande circulação do vírus. A segunda, referente à duração da imunidade, assunto que ainda é novo do ponto de vista da investigação científica. 

“O paciente pode ao longo do tempo perder a proteção contra o vírus e, principalmente, aqueles com sistema imune mais fragilizado, como os idosos, pessoas com algum tipo de deficiência no sistema imune e nesses casos, o indivíduo apresentar a reinfecção", disse, enfatizando que, ainda assim, a ocorrência de óbitos e infecções entre pessoas vacinadas é muito menor. 

Nesse cenário, onde a campanha de imunização apresenta sinais positivos, a médica infectologista endossa o apelo para a conscientização: "Apesar da gente estar em um ritmo bom de imunização, é importante que a gente contribua com a campanha fazendo a nossa parte. Adotando as medidas de biossegurança para que a vacina possa fazer o seu efeito de realmente conferir imunidade e proteger a população de novos surtos da Covid-19".
 
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