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Mãe de advogado acusado de sequestrar a filha é presa após ajudar a esconder neta e agredir policiais

Da Redação - Wesley Santiago

L.M.A., mãe do advogado J.V.A.P.A., acusado de ter sequestrado a própria filha de oito anos, foi presa pela Polícia Civil de São Paulo, na última quinta-feira (23), após ter ajudado a esconder a própria neta, moradora de Cuiabá, que estava sendo procurada pelas autoridades e agredir os policiais que atendiam a ocorrência com chutes, socos e xingamentos. Os nomes foram abreviados por envolver menor de idade.

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Mãe acusa advogado de sequestrar a própria filha com ajuda de familiares após ela passar recesso escolar com ele
 
A menor foi sequestrada após passar o recesso escolar com o pai, sendo que deveria ter sido devolvida em meados de julho para a mãe, que desde então não vê mais a filha.
 
Conforme boletim de ocorrências obtido pela reportagem, a Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de São Paulo, com apoio do Grupo de Operações Especiais, foi solicitada para abordar um veículo VW Taos, que retornava para Bauru (SP) vindo de Ourinhos (SP), após ter sido registrada ocorrência de subtração de incapaz.
 
Com a chegada do veículo, foi determinado que a condutora desembarcasse e os policiais então questionaram sobre a criança de oito anos. A mãe do advogado afirmou que sabia da ordem judicial de busca e apreensão da menor, mas pontuou que não ia cumprí-la.
 
Além disto, a avó disse também que já havia entregue a neta para sua irmã na fronteira do estado, para que a criança fosse levada para Balneário Camboriú (SC). Ela negou-se a dizer as placas e outros dados de sua irmã.
 
Quando um dos policiais civis pediu para que ela entregasse seu telefone celular para não avisar a irmã, a mãe do advogado então começou a desferir tapas, socos e chute contra a autoridade policial.
 
Além disto, a mulher também proferiu diversos xingamentos contra os policiais: "ladrões, calhordas e vagabundos". Ela foi algemada e colocada na viatura, sendo levada posteriormente para a delegacia.

O filho dela foi até a delegacia e se apresentou como seu advogado.
 
O caso
 
O advogado J.V.A.P.A. é acusado pela ex-mulher, a enfermeira M.P.A, de ter sequestrado a própria filha do casal de oito anos. O caso aconteceu após a menor ir passar o recesso escolar com o pai, sendo que deveria ter sido devolvida em meados de julho para a mãe, que desde então não vê mais a filha. Familiares do homem teriam ajudado a levar a menina para o Sul do país. O advogado disse que não iria se posicionar e que acionaria a Justiça em caso de publicação da matéria. Os nomes foram abreviados por envolver menor de idade.
 
O advogado e a enfermeira estão separados e haviam feito um acordo que estipulou guarda compartilhada e convivência em finais de semana alternados/duas vezes por semana. A menina vive com a mãe e um irmão de seis anos, em Cuiabá. Já o advogado tem residência em Bauru, no interior de São Paulo.
 
Consta na denúncia da mãe que ele já teria descumprido por três vezes com o acordo, com o intuito de alterar o domicílio da criança e impedir a convivência com ela. Porém, nas duas primeiras, ele devolveu a menina sem que fosse necessária realizar a busca e apreensão da menor.
 
Em razão dos fatos, a defesa da enfermeira entrou na Justiça, temendo que em uma próxima oportunidade o advogado pegasse a criança e não mais devolvesse. Porém, o juiz do caso disse que iria analisar a suspensão da convivência após a realização do estudo psicossocial, o que não aconteceu até o presente momento.
 
No dia 14 de julho deste ano, a menina foi entregue ao pai, para que ela passasse o recesso do mês, fixando data da devolução da menor no dia 18 de julho, o que não aconteceu.
 
Em razão do último descumprimento foi determinada nova busca e apreensão da criança. Porém, ela não foi encontrada. Na ocasião, o advogado teria supostamente escondido a filha e ainda desacatado os policiais.
 
A mãe da criança voltou para Cuiabá após passar dez dias em Bauru (SP) tentando localizar a filha. O juiz foi informado do fato, determinando que houvesse nova busca e apreensão da criança com reforço policial.
 
No dia 14 de setembro, a enfermeira foi novamente para o interior paulista, onde tentou-se cumprir pela quarta vez o mandado de busca e apreensão da menor. Porém, o pai da criança, junto com avó paterna, permaneceu escondendo-a, conforme a denúncia.
 
Olhar Direto teve acesso a dois boletins de ocorrência, sendo um de 2016 e outro registrado no dia 18 deste mês, com a mesma versão apresentada pela mãe da criança.
 
A reportagem também encontrou outro boletim de ocorrências, de 2016, em que o advogado relata que a mãe mandou mensagem no WhatsApp relatando que não deixaria a filha com ele no fim de semana, mesmo com uma ordem judicial que permitia.
 
Outro lado
 
Olhar Direto entrou em contato com o advogado, que não quis se posicionar e ameaçou entrar na Justiça para que o caso não fosse divulgado. "O processo corre sob segredo de Justiça e envolve menor. Qualquer matéria vinculada neste sentido, será objeto de ação judicial. Boa noite e muito obrigado".
 
O espaço segue aberto para posteriores manifestações e também para que o advogado possa dar sua versão sobre os fatos narrados acima.
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