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Deputado Juarez Costa está em lista de 30 parlamentares que destinaram verba pública para compra de ‘Tratoraço’ com sobrepreço

Da Redação - Max Aguiar

Uma investigação do Jornal Estadão, com base em planilha interna do Ministério do Desenvolvimento Regional e um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), rastreou nomes de políticos que enviaram verbas federais para compras de tratores sob suspeita de sobrepreço. No grupo de 30 parlamentares identificados está o deputado federal por Mato Grosso, Juarez Costa (MDB), que tem residência em Sinop. 

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Além de Juarez, nomes como do deputado Vitor Hugo (GO); o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-
presidente do Congresso; e o relator-geral do Orçamento de 2020, deputado Domingos Neto
(PSD-CE) também compõe o grupo.

Segundo o Estadão, os nomes dos deputados e senadores por trás das emendas do "tratoraço" vinham sendo mantidos em sigilo graças a um acordo do Executivo com lideranças do Congresso para viabilizar o orçamento secreto e construir uma base de apoio parlamentar ao governo Jair Bolsonaro.

A planilha do Desenvolvimento Regional, obtida pela reportagem do Estadão, mostra que todos solicitaram
repasses para prefeituras, aprovados em dezembro. Resultado: o ministério celebrou 74 convênios classificados pela CGU, em relatório de auditoria recentemente divulgado, como tendo "risco alto ou extremo"
de sobrepreço.

Ainda conforme a reportagem, os valores a mais identificados nos convênios ligados a esses políticos passam de R$ 6 milhões. Trata-se, porém, de apenas um pedaço dos R$ 142 milhões em sobrepreços identificados pela CGU em licitações e convênios do Desenvolvimento Regional, com recursos do orçamento secreto.

Apesar da distância de 1.000 km da sua base eleitoral, que é em Sinop, o deputado Juarez Costa disse que indicou repasse para Alto Araguaia porque na última eleição teve o apoio do prefeito, Gustavo Melo (PSB).

“Fui o deputado mais votado na cidade dele. Você atende bem os municípios que te correspondem. O único retorno que você tem é político”, disse. A respeito do sobrepreço, disse que as máquinas encareceram bastante, mas que o questionamento deveria ser feito para a prefeitura.

Procurado pelo Estadão, o prefeito de Alto Araguaia, Gustavo Melo, disse que, se houver sobrepreço, conforme alega a CGU, “a gente cancela a licitação e faz de novo”. “Se perder o recurso, a gente perde, não tem o que fazer. Não estamos aqui pra fazer coisa errada”, disse.
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