A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (27), a 'Operação Terra Desolata', com objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em extração e comércio ilegal de ouro. O grupo atua no sul do Pará, mas mandados estão sendo cumpridos também em Mato Grosso e outros estados. Os criminosos atuam dentro da Terra Indígena Kayapó, conforme apontam as autoridades.
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São 12 mandados de prisão preventiva e 62 de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da Justiça Federal no Pará. As ordens judiciais são cumpridos no Pará, Mato Grosso, Distrito Federal, Amazonas, Goiás, Roraima, São Paulo, Tocantins, Maranhão e Rondônia.
A Polícia Federal constatou, durante as investigações, que cerca de uma tonelada de ouro é extraída de forma ilegal das terras indígenas do sul do Pará todos os anos.
De acordo com a PF, as investigações começaram em 2020 e apontam que o grupo criminoso atua em três níveis diversos.
O primeiro trata dos garimpeiros comuns, que extraem o ouro, sem Permissão de Lavra Garimpeir (PLG). Em seguida, eles vendem o ouro para intermediários, que estão no segundo nível.
Já os intermediários revendem o ouro para grandes empresas, que seriam o terceiro nível do esquema, para no fim injetá-lo no mercado nacional ou destiná-lo para exportação.
No curso da investigação, foi identificada a existência de garimpo ativo em áreas particulares, que serão objeto de busca e apreensão em ação conjunta com o Ministério Público do Trabalho, locais em que há suspeita de se ter trabalhadores em condições análogas à de escravo.
Os crimes que envolvem a associação são de usurpação de bens da União por explorar matéria-prima; por executar pesquisa, extração de recursos minerais sem a competente autorização; por integrarem organização criminosa; e pelo crime de lavagem de dinheiro.
O nome da Operação “Terra Desolata” faz referência à expressão italiana equivalente à expressão em português “Terra Devastada”, uma vez que o ouro extraído de forma ilegal no sul do Pará é enviado para Europa, tendo a Itália como porta de entrada, deixando apenas a terra devastada, segundo a PF.
(Com informações do G1)