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“Pelo amor de Deus, não mata a minha mãe”: menina de 12 anos pulou no pescoço do pai para tentar impedir feminicídio

Da Redação - Wesley Santiago

Uma menina de 12 anos, filha da técnica de enfermagem Franciele Robert da Silva, de 33 anos, assassinada a facadas, na noite do último domingo (05), no bairro Jardim Glória 1, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), pulou no pescoço do pai, identificado como Junior dos Santos Igesca, e tentou enforcá-lo para evitar que ele assassinasse sua mãe. Sem forças, ela não conseguiu e viu a vítima ser esfaqueada múltiplas vezes, enquanto gritava: “Pelo amor de Deus, não mata a minha mãe”.

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A menina, que presenciou todo o crime, relatou em seu depoimento à Polícia Civil que viu o momento em que seu pai pulou o muro da residência e em seguida partiu para cima dos que lá estavam com uma faca nas mãos.
 
O irmão dela, também menor de idade, correu para outro local, enquanto que ela e a mãe saíram gritando para dentro do quarto. Como não havia chave na porta, elas colocaram uma cama, na tentativa de impedir a entrada do assassino. Enquanto a menina segurava o móvel, a vítima ligava de forma desesperada para a polícia.
 
O avô da menina, do lado de fora do quarto, tentou impedir que o homem entrasse, mas acabou sendo esfaqueado. A menor conta que conseguiu ouvir o idoso gritando: “Socorro, para com isso, Júnior”. Ele está internado em estado grave.
 
Depois disto, o assassino conseguiu bater com o pé na porta e abri-la. Imediatamente, ele entrou no quarto e foi para cima da técnica de enfermagem. A menina de 12 anos pulou no pescoço do pai e tentou enforcá-lo, para evitar que ele pegasse sua mãe. Porém, isso não foi suficiente para detê-lo.
 
O homem então deu facadas na cabeça da vítima e continuou a apunhalá-la na região do peito, depois que ela caiu na cama. Aos gritos, a menina pedia “pelo amor de Deus, não mata a minha mãe”.



No pedido de prisão, o delegado Olímpio da Cunha Fernandes Jr., da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), classificou o local do crime como uma “cena de horror”.  
 
Franciele estava separada do suspeito e tinha uma medida protetiva em virtude das ameaças que ele já havia feito contra ela e os filhos.
 
Após cometer os crimes, o suspeito se feriu e disse que havia tentado contra a própria vida. Ele foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e, depois de atendido no Pronto-socorro de Várzea Grande, foi encaminhado pela Polícia Militar até a DHPP.
 
O autor dos crimes foi autuado em flagrante por feminicídio e tentativa de homicídio. O delegado Olímpio da Cunha Fernandes Jr. encaminhou representação ao Poder Judiciário pela conversão do flagrante em prisão preventiva, que deverá ser analisada na audiência de custódia.
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