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Juarez defende que tirar MT da Amazônia Legal vai gerar mais renda e emprego: "Só queremos mexer na floresta de transição"

Da Redação - Isabela Mercuri / Do local - Max Aguiar

O deputado federal Juarez Costa (MDB), autor do Projeto de Lei que visa retirar Mato Grosso da Amazônia Legal, afirmou que, caso a lei seja aprovada, o estado irá gerar mais empregos e renda. Atualmente, na área reconhecida como Amazônia Legal, os produtores porem explorar 20% de suas terras, deixando 80% para a chamada “reserva legal”. 

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Todo o estado de Mato Grosso foi integrado à Amazônia Legal em 1977, por meio da Lei Complementar nº 31. Segundo Juarez, isso dificultou a produção agropecuária do estado. “Nós somos do Centro-Oeste e consequentemente podemos chegar a 50% nas nossas áreas de plantio. Hoje você tem mil hectares só pode plantar duzentos [ou seja, 20%]. Você é obrigado a de cuidar de oitocentos para quem? Que preservação é essa?”, questionou.

O parlamentar disse que apresentou a proposta ao vice-presidente Hamilton Mourão, e também que conversou com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), que já encaminhou o projeto às comissões da Câmara dos Deputados. O relator do PL é o deputado federal Neri Geller (PP). Na última sexta-feira (4), Mourão havia se pronunciado contrário ao PL, afirmando que já havia “muita área a ser explorada” no estado. 

Para Juarez, a quantidade ainda é pouca e Mato Grosso perde com isso. Segundo ele, caso o projeto seja aprovado, o estado só tem a ganhar. “Só queremos mexer na floresta de transição, nem é a Amazônia. Estamos falando de uma floresta de transição que é o menor dos biomas. E a gente pode ter 50% para a área de produção. Vou dar um exemplo pra vocês: Sinop nós chamamos de Centro-Norte. Dezenove municípios daquela região têm três milhões de hectares de áreas degradadas, que nós podemos produzir. E com a lei atual a gente não pode. As áreas já estão degradadas. Com esse projeto nós vamos poder avançar muito mais e tornar esse estado cada vez mais rico e a sua população também”, argumentou.

Rebatendo as críticas

Diante das críticas a seu projeto, o emedebista afirmou que a polêmica é desnecessária e feita somente por quem desconhece o assunto. Juarez ainda disse que não há possibilidade de a decisão afetar as relações comerciais com outros países, visto que, segundo ele, são os outros países os maiores exploradores das riquezas brasileiras.

“Os bancos americanos, nos últimos anos agora, colocaram quinze bilhões de dólares em mineradoras. Estão se instalando em nosso solo. Estão ocupando a nossa riqueza. E nós que temos aqui tudo para produzir. Não estamos falando só em alimentos, mas em minérios também, estamos ficando para trás”, defendeu.

“Nós não estamos aqui contra o meio ambiente. Eu estou falando de uma proposta que não mexe no Cerrado, não mexe no Pantanal e que eleva de vinte pra cinquenta por cento para a gente poder produzir aqui em Mato Grosso. E uma proposta legal. No projeto contempla que aquele que não cumprir cinquenta por cento, ele perderá o direito dos [outros] cinquenta [por cento] também. O que está acontecendo hoje? Milhares e milhares de quilômetros quadrados estão sendo desmatados todos os anos em Mato Grosso. Então a gente tem que parar de utopia, de hipocrisia e fazer a coisa correta”, completou.

Para o parlamentar, a proposta deve contar com o apoio dos colegas e ser aprovada, pois só foi apresentada após muitas discussões. Ele também descartou que a negativa da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) seja um impeditivo. “A SUDAM investiu aqui em obras faraônicas que nunca funcionaram na história de Mato Grosso e nós não dependemos da SUDAM. Nós temos a SUDECO, nós temos outros caminhos de investimentos através do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, de outros bancos, e inclusive de recursos do próprio Governo Federal na área produtiva. O que nós temos que incentivar é que esse recurso chegue, que a gente possa produzir mais, dando a segurança que nós precisamos, principalmente o Mato Grosso, que é quem tem dado na balança comercial do país através da sua produção, o equilíbrio que nós precisamos”, finalizou.
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