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Mortos em acidente na BR-163, filho homenageou mãe em publicação nas redes sociais

Da Redação - Fabiana Mendes

Carlos André Fidelis Cardoso, 13 anos, filho da professora Sidinei Oliveira Cardoso, 48, fez uma homenagem a mãe dez dias antes do acidente, que matou ambos, na BR-163, em Vera (460 km de Cuiabá). Além deles, morreram outras seis pessoas em uma colisão lateral entre um ônibus de viagem e uma carreta rodotrem, no km 799.

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“Mãe, você é a melhor mulher do mundo, dona do meu coração e da minha vida... te amo muito”, disse o garoto em publicação no Dia das Mães, acompanhada de uma foto em que estão juntos.

 

Professora de língua portuguesa na Escola Estadual Edeli Montovani, Sidinei fazia parte da diretoria executiva do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep-MT). Ela e o filho voltavam para Sinop, onde moravam, após participar de um ato público em defesa da categoria, na segunda-feira (16), em Cuiabá.
 
“A perda da companheira foi um choque para toda a direção, que às vésperas do acidente ainda trocava mensagens com ela. Foram informados do problema no ônibus que saiu de Cuiabá e quebrou na estrada, deixando os passageiros em Lucas do Rio Verde. Foi a última parada antes do acidente. Sidinei parte, e com ela o filho e deixa a todos órfãos de sua alegria, dinamismo. Fará falta companheira”, diz trecho da nota de pesar do Sintep.
 
Também estão entre as pessoas que morreram Brenda Nunes Ronsoni, 23 anos, morava em Água Boa, Deborah Costa, 21, e Pedro Henrique Rodrigues Leal Pinto, 21 anos. Ele era estudante do 7º semestre de Ciências Contábeis e havia se mudado há pouco tempo para Sinop depois de conseguir um emprego. 
 
As outras vítimas são Alfredo Lopes da Silva, 65 anos, e a esposa Maria Carneiro, 61 anos. Além do papiloscopista de Sinop, Clayton Aparecido da Silva, 37 anos. Clayton morava em Nova Mutum e estava indo à Sinop, onde cumpriria a escala de plantão.
 
Uma força-tarefa foi realizada nos trabalhos de remoção dos corpos do local do acidente até às gerências de Medicina Legal, necrópsia e identificação. Os trabalhos envolveram a integração de sete técnicos em necrópsia, quatro médicos legistas e seis papiloscopistas das Gerências da Politec de Sorriso e Sinop, que possibilitaram a identificação e liberação de todas as vítimas em cinco horas.
 
As vítimas foram encaminhadas para a Gerência de Medicina Legal de Sinop, onde passaram pelos procedimentos de necrópsia e identificação técnica. No local do acidente morreram sete ocupantes do ônibus. A última vítima a ser identificada foi o papiloscopista Clayton Aparecido, que foi socorrido com vida, porém faleceu no Hospital Regional de Sorriso.
 
Causas do acidente
 
Conforme o perito oficial criminal Leandro Valendorf, as análises no local do acidente, como marcas de frenagens na pista, permitiram identificar que o ônibus trafegava no sentido Sorriso - Sinop, e a carreta no sentido oposto, quando o ônibus invadiu a faixa e produziu a colisão na lateral da carreta.
 
Em decorrência dessa colisão houve danos no ônibus que acabaram por atingir os passageiros. Os motivos que contribuíram para o acidente ainda serão analisados pela perícia e constarão no laudo da Gerência de Criminalística da Politec.
 
Conforme o superintendente da PRF em Mato Grosso, Francisco Élcio Lima Lucena, a suspeita é de que o motorista do ônibus tenha dormido ao volante. O veículo saiu de Cuiabá por volta da meia-noite e teve um problema mecânico em Lucas do Rio Verde, onde ficou parado por quatro horas. Portanto, o motorista estaria em uma jornada de trabalho de mais de dez horas. 
 
Em nota, a PRF atestou que a pista “está em bom estado de conservação, bem sinalizada e o tempo estava bom. O local é sinalizado com faixa contínua amarela no sentido decrescente (Sorriso) e faixa seccionada amarela no sentido crescente (Sinop)”.
 
O acidente aconteceu por volta de 11h30 e a pista foi liberada às 16h42, segundo informou a Concessionária Rota do Oeste. 
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