O jovem de 22 anos, preso após confessar ter matado o filho de um ano e oito meses asfixiado nessa segunda-feira (20), em Primavera do Leste (a 234 km de Cuiabá), não demonstrou arrepedimento após o homicídio, de acordo com o delegado Allan Vitor Sousa da Mata, responsável pelo inquérito.
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O pai e a mãe da criança, de 19 anos, levaram o menino já morto para atendimento médico na UPA de Primavera do Leste. Inicialmente, o jovem alegou que a criança havia se asfixiado com o cabo do carregador de celular.
"Foi frio a todo momento, manteve a versão inicial que a criança se enformou no cabo do celular. Só confessou no momento que a Politec descobriu a verdade", explicou o delegado.
Allan ressaltou que a Politec constatou que os ferimentos no corpo do bebê não eram compatíveis com a versão do pai e indicavam morte violenta.
As lesões indicam que a o pescoço do menino foi pressionando, além de lesões no crânio. O pai foi autuado em flagrante por homicídio.
A investigação aponta que o crime aconteceu durante a madrugada e o pai voltou a dormir. Durante a manhã, ele e a mulher acordaram para levar o bebê para a creche. Na primeira versão, ele afirmou que só quando acordou percebeu que o filho estava morto.
A mãe da criança foi ouvida e liberada, já que a confissão do suspeito não demonstrou envolvimento da mulher. Familiares do casal afirmaram, em conversa informal com delegado, que não sabiam de outros episódios de agressão contra a vítima.
Informações preliminares apontam que o pai teria se irritado com o choro do bebê. No entanto, Allan ressaltou que a investigação está sob sigilo e ainda não pode falar sobre a motivação do crime para que os interrogatórios sejam preservados.
Criança chegou morta em UPA
Na primeira versão, eles afirmaram que, de alguma forma, o bebê enrolou o fio no próprio pescoço e morreu asfixiado. O pai relatou que perceberam a situação apenas quando acordaram para levar a criança para a creche.
Ele desenrolou o fio do pescoço do menino, mas relatou que ele já estava roxo, sem respiração e sem pulso.
O suspeito teria tentado começar a reanimar a criança, que já estava morta. Eles chegaram na UPA por volta de 6h50 e o óbito foi constatado pela equipe médica.
Não haviam sinais aparentes de agressão no bebê, apenas pequenas marcas no pescoço. Segundo a Polícia Civil, os pais e a criança moravam em uma quitinete, sendo que o berço da vítima ficava no quarto do casal.
O caso foi comunicado à Polícia Civil para as providências cabíveis. O pai da criança foi conduzido e interrogado pelo delegado plantonista, e autuado em flagrante por homicídio qualificado.
Em seguida ele foi encaminhado para a Cadeia Pública de Primavera do Leste. A Polícia Civil está investigando o caso. O inquérito deve ser finalizado em 10 dias.