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‘Meu maior temor é a condenação popular’, diz Paccola sobre morte de agente socioeducativo

Da Redação - Airton Marques

O vereador Tenente Coronel Paccola (Republicanos) demonstrou preocupação com o julgamento popular sobre a morte a tiros do agende socioeducativo Alexandre Miyagawa, 41 anos. Três dias após a morte, o parlamentar garantiu não temer eventual condenação criminal no Poder Judiciário ou punição política pela Câmara de Cuiabá.

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“Meu maior temor hoje é a condenação das pessoas que não entendem do procedimento policial, das pessoas que não entendem absolutamente nada e cobram da polícia o dever de agir e quando a polícia age viram especialistas e críticos. É essa condenação popular sem saber dos fatos e isso interfere diretamente na vida da minha família”, disse, nesta segunda-feira (04).

Na manhã de hoje, Paccola teve que explicar toda situação aos colegas vereadores, durante reunião do Colégio de Líderes. Apesar disso, a Mesa Diretora determinou que a Comissão de Ética, presidida por Lilo Pinheiro (PDT), investigue o caso, a partir das provas colhidas pela DHPP, que já investiga a morte do agente socioeducativo.

Além disso, o vereador pode ser alvo dos pedidos de afastamento e cassação, apesentados pela vereadora Edna Sampaio (PT), que aponta quebra de decoro parlamentar. A situação ainda pode ter desdobramentos eleitorais, já que Paccola é pré-candidato a deputado estadual e pode perder apoio dentro do partido.

Sobre o caso, o vereador militar disse que apesar de não estar arrependido com a abordagem, também sofre com a situação, já que matou um colega de profissão. Diante das acusações e críticas, garante que agiu conforme treinamento que recebeu e repassou para centenas de outros policiais.

Vídeo dos disparos

Novas imagens de câmeras de segurança divulgadas no início da tarde desta segunda-feira (04) mostram o momento em que Miyagawa conversa com a namorada, a bacharel em Direito Janaina Sá, e saca a arma.

Ela sai andando na frene e Paccola surge na gravação e começa os disparos. Os tiros são efetuados quando o agente estava de frente para a mulher e de costas para o parlamentar.

Até o momento, duas versões divergiam sobre o caso. Paccola diz que agiu para evitar que o agente, popularmente conhecido como “Japão”, atirasse na namorada. Ele alega que abordou Miyagawa e solicitou que largasse a arma, ordem que não teria sido obedecida.

Já a namorada do agente, em versão publicada nas redes sociais, afirma que o Paccola já chegou atirando, sem chances para Alexandre. Ela também alegou que Miyagawa não havia sacado a arma.
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