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Gata morta por ex-reitor da UFMT era apoio de criança autista: 'estavam sempre juntas'

Da Redação - Mayara Campos

A gata Sofia, que foi morta a machadada pelo ex-reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Elias Alves de Andrade era um animal de suporte emocional para uma menina de três anos, diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O caso ocorreu na segunda-feira (15), no bairro Jardim Califórnia, em Cuiabá.

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O pai da pequena Ágatha, Adriano Roberto Gonçalves, conta que a filha é autista não-verbal, ou seja, não se expressa por meio da fala. A gata Sofia, de seis anos, auxiliava no tratamento da criança, junto com outro gato da família.
 
“A Ágatha está bem. Nós temos dois gatos, ela sempre ficava com os dois. Um macho e uma fêmea, eles são muito carinhosos, domesticados. Nasceram na nossa casa. A Sofia ganhamos de presente. Estava com a gente há seis anos. A gatinha dava apoio para minha filha. Elas brincavam, ficavam deitadas, sempre juntas”, disse Adriano ao Olhar Direto.

“A gata Sofia sempre esteve com a gente, aqui no escritório, na casa, é da família mesmo. Não é um gato da rua que ele matou. É um gato nosso, e todos os vizinhos daqui sabiam que era nosso. Os gatos saíam na frente, mas não iam longe, ficavam sempre aqui”, complementou.

No dia do crime, a esposa de Adriano foi tirar satisfação com o vizinho. Inicialmente, ele negou que tenha feito algo, mas como as câmeras flagraram o ocorrido, ele confessou o crime. O suspeito ainda discutiu com os tutores da gata.

“No dia do ocorrido minha esposa foi lá, minha irmã também. Nós vimos as imagens, que foram pegas pela nossa câmera, então, a gente foi lá tomar satisfação. E chegando lá, começou a discussão com minha esposa, e minha irmã gravou, ele até disse que autorizava. Ele disse que se entrar um gato aqui, eu mato. Você vê que ele estava com raiva, ódio. No primeiro momento, disse que não sabia de nada, que não tinha matado gato nenhum, mas mostramos o vídeo, e ele disse que não adiantava mais esconder. E nisso, começou a ofender minha esposa”, conta Adriano.

O suspeito fez várias alegações sobre a morte do gato. Depois do ocorrido, ele não apareceu mais em sua residência.

“Vamos aguardar para ver as medidas que serão tomadas. Ainda não decidi se irei entrar com ação cível contra ele, porque no momento, todo o acontecido foi no mesmo lugar, então quando tomei a parte dos vídeos, vendo, eu fui ficando irritado, aborrecido, com raiva, mas agora já passou a raiva. Mas acho que tem que ser feita a justiça”, disse o tutor de Sofia.

Veja vídeo:
 
Entenda

A Delegacia Especializada do Meio Ambiente (DEMA) instaurou inquérito policial (IP) para apurar a morte de um gato, ocorrida no bairro Jardim California, em Cuiabá. O suspeito de ter cometido o crime é o ex-reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e ex-secretário de Trabalho e Desenvolvimento Econômico de Cuiabá, Elias Alves de Andrade. Os investigadores realizaram buscas, mas o homem não foi localizado.

O local onde o crime ocorreu na segunda-feira (15), foi periciado pela Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), bem como a dona do animal já foi ouvida na Dema acerca dos fatos.

A ação foi flagrada por imagens de uma câmera de segurança. Na gravação é possível ver o momento em que o homem anda atrás do gato na rua. Na sequência, o animal se afasta e é seguido pelo agressor que joga o machado no animal. O gato foi atingido e ficou agonizando. O homem pega o machado e sai do local.
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