Cineasta cuiabano defende que streamings sejam obrigados a investir em produções brasileiras
Da Redação - Airton Marques
O cineasta cuiabano Bruno Bini, vencedor de quatro Kikitos no Festival de Gramado com o longa Cinco Tipos de Medo, defendeu que plataformas de streaming sejam obrigadas a investir em produções brasileiras. Em entrevista ao PodOlhar, ele afirmou que a medida teria impacto direto na ampliação de recursos e na realização de novos filmes no país.
“O impacto vai ser gigantesco. Os streamings ganham um monte de dinheiro aqui no Brasil. Nós somos um dos maiores mercados de streaming no mundo. O que está sendo buscado aqui é um parâmetro que conversa até com o que já existe em outros países, que é justamente esses 12%. Essa é a grande luta. E, tendo isso, o impacto no setor vai ser gigantesco. A gente vai ter mais acesso a recursos, mais filmes sendo realizados e produzidos”, afirmou.
No Brasil, há uma pressão crescente por regulamentar o mercado de streaming, com propostas de exigir que plataformas destinem até 12% da receita bruta anual para produções nacionais. O investimento poderia ser feito em parte por meio da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional (Condecine) e em parte de forma direta, por contratos com produtoras independentes.
A proposta segue modelos já adotados em países como França e Canadá, onde empresas estrangeiras que atuam no mercado audiovisual são obrigadas a destinar parte da receita para a produção local. Na Europa, medidas semelhantes vêm sendo implementadas desde a atualização da Diretiva de Serviços de Comunicação Audiovisual da União Europeia (2018), que exige cotas mínimas de conteúdo europeu nos catálogos de streaming.
Para Bini, a regulação é necessária para equilibrar o setor. “Não vejo como isso pode ser ruim, muito pelo contrário. É maravilhoso. Estamos buscando isso”, completou.