Participação de arcebispo em Marcha dos Excluídos irrita conservadores: "Cristianismo não combina com comunismo"; veja vídeo :: Notícias de MT | Olhar Direto
Imprimir

Notícias / Cidades

Participação de arcebispo em Marcha dos Excluídos irrita conservadores: "Cristianismo não combina com comunismo"; veja vídeo

Da Redação - Airton Marques

O arcebispo de Cuiabá, Dom Mário, convidou os fiéis para participarem da Marcha dos Excluídos no dia 7 de setembro, via vídeo publicado no Instagram oficial da Arquidiocese. Nas redes sociais, entretanto, a repercussão foi controversa: seguidores mais conservadores criticaram a posição do religioso.

Leia também
Juarez Costa lidera como mais lembrado para Câmara Federal ; Emanuelzinho em segundo

Um fiel comentou que a Igreja não deveria se envolver em “questões políticas”, outro afirmou: “não era esse o papel do arcebispo”. Outro disparou: “Cristianismo não combina com comunismo (...) as portas do inferno não irão prevalecer. Rezemos pela sua conversão, Dom Mario”.

O episódio evidencia tensão entre dois papéis: o do líder espiritual que caminha com os excluídos e o de quem gostaria de uma Igreja distante de causas sociais. A repercussão virtual, provocada por intolerância, mostra que o chamado da fé ainda desafia zonas confortáveis.

O evento, que parte da Praça Cultural do Jardim Vitória às 7h, integra a Semana da Pátria promovendo reflexões sobre independência, cidadania e justiça social. A Marcha é vínculo histórico da Pastoral Social da CNBB desde 1995, cumprindo papel de denúncia e mobilização social.

"Queridos irmãos, queridas irmãs, somos cidadãos brasileiros. Estamos na Semana da Cidadania (...) venha participar conosco, porque queremos caminhar na temática Soberania e Democracia pela Casa Comum. Brasileiras e brasileiros, unamo-nos pela vida e vida e dignidade em toda a nossa pátria", disse Dom Mário no vídeo.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação compartilhada por Arquidiocese de Cuiabá (@arquidiocesedecuiabamt)


Crítico ao extremismo

Em abril, durante entrevista ao PodOlhar, Dom Mário defendeu a busca por unidade na Igreja Católica diante da presença de correntes ideológicas divergentes, como os movimentos tradicionalistas e a Teologia da Libertação. O religioso afirmou que não se alinha a nenhum dos extremos e criticou a polarização dentro da Igreja, apontando que o foco deve estar nos valores do evangelho e na construção do bem comum.

“A Igreja não é, digamos assim, uniformidade. Eu sempre digo que nós devemos lutar pela unidade. A uniformidade não faz bem. Não somos produtos de forma, mas de formação da consciência”, declarou Dom Mário. Segundo ele, mesmo diante de diferentes formas de pensar e rezar, a convivência deve ser baseada na comunhão, não na rivalidade.

O arcebispo pontuou que a polarização religiosa interna tem causado divisões e prejuízos à saúde espiritual e emocional dos fiéis. “A gente perde muito campo e gasta uma energia enorme, de maneira desnecessária, com essas discussões de polarização religiosa. Não constrói nada. Gera inimizade, distanciamento e até doenças mentais”, disse.

Assista aqui:
 
Imprimir