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Celso Amorim diz que Brasil não mantém contato direto com o Hamas

France Presse

O Brasil não mantém contato direto com o Hamas, mas o faria, se isso ajudasse a estimular o processo de paz no Oriente Médio, afirmou nesta quarta-feira o chanceler brasileiro Celso Amorim.

"Tivemos um contato informal no passado, mas se isso fosse de ajuda, eu não excluiria", afirmou o ministro das Relações Exteriores ao ser indagado sobre a possibilidade de manter contato com o grupo islamita que controla a Faixa de Gaza.

"Acreditamos no poder da razão. Talvez seja algo ingênuo, mas é assim que pensamos. Nós temos que conversar para convencer as pessoas de um ponto de vista", afirmou, falando aos jornalistas antes de um encontro com seu colega palestino, Riyad Al-Malki, em Genebra.

Amorim fez questão de esclarecer que o Brasil não manterá contato com o Hamas sem o conhecimento da Autoridade Palestina.

Al-Malki, por sua vez, alertou contra qualquer tipo de contato com o Hamas a menos que o grupo islamita respeite "as regras do jogo".

"Todos os sinais que eles enviam (...) demonstram que não ligam para suas responsabilidades e querem impor seu próprio sistema e regime em Gaza", acrescentou.

"Qualquer tipo de ação ou aproximação com o Hamas hoje pode ser interpretado como um sinal de fraqueza da comunidade internacional e como um sinal de reconhecimento de fato dos sistema que o Hamas criou em Gaza através do golpe e da força".

"Por isso as pessoas precisam ter cuidado com isso", concluiu.

O Brasil pleteia um papel de maior importância nos esforços internacionais para alcançar um acordo no Oriente Médio, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com viagens marcadas para Israel, Jordânia e territórios palestinos durante a semana de 15 de março próximo.
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