O governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), foi vaiado nesta quarta-feira ao participar de cerimônia ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da mobilidade urbana para as cidades que vão sediar a Copa do Mundo de 2014. Ao ingressar no salão nobre do Itamaraty, onde a cerimônia foi realizada, Arruda foi vaiado pelos convidados do governo federal.

É a primeira vez que Arruda participa de um evento público nacional depois do escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal. O governador não reagiu às vaias, apenas sentou-se na primeira fila ao lado de outros 12 governadores que participam do evento --representantes de Estados que vão sediar a Copa.

Ontem, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do governador e de outros 13 envolvidos no chamado esquema do mensalão do DEM. Por meio de sua assessoria, Arruda disse que não foi notificado da decisão e reafirmou que desde o início do processo colocou à disposição da Justiça todas essas informações.

A investigação contra Arruda corre no STJ, onde ele tem foro privilegiado. O ministro Fernando Gonçalves entendeu que não era necessária autorização da Câmara Distrital para determinar a quebra.

Além de Arruda, tiveram os sigilos quebrados deputados distritais acusados de receber propina do esquema: o presidente da Câmara Distrital, Leonardo Prudente, e a deputada Eurides Brito (PMDB), então líder do governo.

O esquema de corrupção foi revelado por Durval Barbosa, ex-assessor de Arruda no governo do DF. Barbosa filmou o governador recebendo dinheiro do suposto esquema de propina, que envolvia também deputados da Câmara Legislativa do DF.