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Erro de DNA pode apontar suspeito no caso Eiko Uemura (Atualizada)

Da Redação - Jardel Arruda/Alline Marques

Nove meses depois o caso Eiko está longe de ter uma solução. O exame de DNA realizado com fios de cabelos encontrados no porta-malas do carro do advogado Sebastião Carlos Araújo Prado, ex-amante de Eiko Uemura, visando descobrir se a jovem, assassinada em abril de 2009, foi transportada naquele carro, teve o resultado considerado inconsistente em uma análise prévia, mas por outro lado pode indicar o perfil genético do suspeito.

O que causou estranheza aos peritos mato-grossenses foi o resultado do DNA dos dentes supostamente de Eiko enviados para o laboratório forense da Universidade Federal de Alagoas. A gerente de biologia molecular da Polícia Técnica e perita responsável pelo caso Eiko Uemura, Ana Cristina Romio, explicou que foi constatado que a amostra genética era de um homem.

A única certeza no caso é de que os dentes foram retirados de Eiko durante a exumação do corpo, porém Ana Cristina informou que qualquer contato, mínimo que seja, pode alterar o DNA da amostra. Três dentes foram enviados ao laboratório e dois foram usados no exame, portanto ainda resta um dente que agora será analisado por peritos de Mato Grosso.

Os fios de cabelos analisados até o momento confirmam um DNA masculino, porém não é possível dizer a quem pertencem, pois precisaria de uma comparação genética. Segundo a coordenadora do laboratório forense em Mato Grosso, Alessandra Alves, foram enviadas 13 amostras de fios colhidos por policiais federais na cidade de Rio Branco (AC), onde o carro do advogado foi localizado dias depois do assassinato de Eiko.

Alessandra Alves explicou que nem todos os fios foram analisados, portanto as outras amostras podem pertencer a outras pessoas, inclusive do sexo feminino. Outra constatação é de que, apesar de ambas as amostras (fios e dentes) pertencerem a homens, ambos têm perfis diferentes, portanto não seriam da mesma pessoa.

O motivo desse resultado, aparentemente ilógico, é a contaminação externa dos materiais utilizados no exame. Ana Cristina explicou que não há como falar com exatidão de quem seria o erro, mas muitas são as possibilidades. É possível – caso o contágio das amostras de comparação genética seja anterior à morte de Eiko – que o perfil encontrado seja de um dos participantes do crime. Porém, até uma luva furada ou um erro de digitação são levados em consideração.

A garota, segundo o delegado titular da Delegacia de Homicídios e proteção à Pessoa (DHPP), Márcio Pieroni, foi torturada e brutalmente assassinada antes de ser jogada no Portão do Inferno, no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães (60 quilômetros de Cuiabá), no dia 29 de abril do ano passado.

O caso Eiko, desde o início, tem sido marcado por reviravoltas. A princípio o caso foi investigado pelo delegado João Bosco, de Chapada dos Guimarães, e considerado suicídio. Os primeiros laudos, tanto do legista quando dos técnicos, indicavam que Eiko teria pulado do Portão do Inferno. Porém, após a exumação do corpo constatou-se que ela teria sido espancada até a morte e as fraturas na coluna teriam sido causadas por um cabo de vassoura.

Conforme o Olhar Direto apurou, o caso ainda depende do depoimento de uma testemunha-chave, que inclusive teria participado do crime, e estaria “desaparecida” após relatar os fatos ao delegado Márcio Pieroni.

O caso corre em segredo de justiça e muitas especulações surgiram desde a morte de Eiko, que também era investigada na Operação Gafanhoto, deflagrada com objetivo de desarticular uma quadrilha liderada pelo tio dela, Julio Uemura.

Atualizada às 10h59
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