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Notícias / Meio Ambiente

Estudo: nevoeiros menos frequentes estressam árvores altas

Terra

O nevoeiro pode chegar como caminhando em pés felinos, e se agachar silenciosamente antes de desaparecer, como escreveu o poeta Carl Sandburg, mas no norte e no centro da Califórnia seu costume é o de se acomodar por longo tempo entre as sequoias vermelhas do Estado.

Os frequentes nevoeiros de verão ao longo da costa, de Monterey à fronteira do Oregon, ajudam a alimentar as sequoias costeiras, ou californianas (Sequoia sempervirens), encontradas em uma estreita faixa norte-sul de terreno na região.

Mas o nevoeiro está se tornando menos frequente do que no passado, de acordo com estudo conduzido por James Johnstone e Todd Dawson, da Universidade da Califórnia em Berkeley. E isso pode estar causando estresse às árvores altas, eles afirmam em estudo publicado pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

O nevoeiro costeiro da Califórnia é causado por uma combinação de fatores, entre as quais o efeito das águas marinhas frias e inversões atmosféricas que aprisionam o ar úmido em baixas altitudes. Para obter um registro histórico do nevoeiro na costa, os pesquisadores analisaram os dados sobre a altitude de nevoeiro registrada hora a hora por diversos aeroportos da região, entre 1951 e 2008. E extrapolaram esses dados para até 1901, empregando informações sobre a temperatura terrestre em longo prazo.

A principal constatação do estudo é a de que, desde o começo do século XX, a frequência do nevoeiro de verão se reduziu em cerca de um terço. As sequoias perdem muita água por transpiração, e dependem da alta umidade do nevoeiro para retardar, deter ou até reverter o processo. Por isso, menos neblina, de acordo com os pesquisadores, significa que as árvores têm menos capacidade de conservar água durante os meses mais secos de verão.
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