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Sábado, 08 de junho de 2024

Notícias | Pecuária

Clima e preços externos tornaram 2012 desfavorável à pecuária, diz IBGE

Com más condições climáticas e pressão internacional nos preços de commodities e insumos, 2012 não foi "favorável" para a pecuária brasileira. De acordo com a pesquisa Produção da Pecuária Municipal 2012 (PPM), divulgada na manhã desta quinta, dia 10, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção nacional apresentou queda nos principais rebanhos em todo o país.


Principal item da pecuária, o rebanho bovino teve queda de 0,7% em relação a 2011, o equivalente a uma redução de 1,5 milhão de cabeças de gado. Entre os demais, caprinos teve queda de 7,9%; ovinos de 5%; galináceos 1,8%, e suínos de 1,3%.

Apesar da queda nos rebanhos, houve aumento nos produtos de origem animal. Entre os bovinos, a alta no abate foi de 8%, seguida pelos suínos 3%. Produtos da cadeia de couro (3,1%), leite (2,5%) e ovos (4,9%) também registraram aumentos. A principal queda foi na produção de mel, com 19,3% "devido à falta de floração consequente da seca, que levou à extinção desta atividade em muitas áreas".

Em todo o país, houve 13% menos precipitações em 2012 do que no ano anterior. A prolongada seca no Nordeste também prejudicou as produções de leite e carne bovina. O rebanho na região caiu 4,5% em relação a 2011 e a produção de leite, 14,8%. Também houve alta no custo de produção, principalmente insumos, como produtos veterinários, e nas rações, em virtude da elevação de preços da soja e do milho no mercado internacional.

Como consequência, destaca o estudo, "os preços ao consumidor refletiram o impacto desses fatores sobre a pecuária". De acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), os principais produtos da pecuária brasileira tiveram forte inflação em 2012. Entre eles, a carne de suíno (8,8%), frango inteiro (16,93%), frango em pedaços (5,38%), leite e derivados (5,73%), ovos de galinha (18,77%).

Queda no rebanho bovino

Em 2012, foram abatidas 31,1 milhões de cabeças de gado bovino, o equivalente a uma produção de 7,3 milhões de toneladas de carne. O número representa uma taxa de abate inspecionado de apenas 14,7% do volume total do rebanho.

Entre as regiões, apenas a Norte não registrou queda na produção, com alta de 1,3%. O Nordeste teve a pior produção em cinco anos. Na região, o rebanho diminuiu 4,5% em relação a 2011 e a produção de leite caiu 14,8%. Pernambuco (-24,2%) e Paraíba (-28,6%) tiveram as quedas mais expressivas.

Nas demais regiões, o avanço da agricultura, como o cultivo de cana-de-açúcar em São Paulo e a soja no Rio Grande do Sul, provocou a redução do rebanho bovino. Mato Grosso lidera a produção nacional com 13,6% de participação, seguido de Minas, com 11,3% e Goiás, com 10,4%.

Estimado em cerca de 211 milhões de cabeças, o rebanho bovino nacional é o segundo maior do mundo, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês). Em primeiro, aparece a Índia.

Leite

Entre todos os produtos de origem animal pesquisados pelo IBGE, o leite foi o que apresentou o maior valor de produção em 2012. A produção de 32,3 bilhões de litros (alta de 0,6% em relação a 2011) proporcionou um retorno de cerca de R$ 26,8 bilhões, segundo o levantamento. Do total produzido, entretanto, apenas 69,1% foi destinado a estabelecimentos industriais sob inspeção sanitária.

"A dificuldade de obtenção de milho para a alimentação animal, dada uma menor produção e quebra da safra americana, influenciou o preço do produto, aumentando-o e encarecendo os custos de produção da atividade", aponta a pesquisa. Em decorrência, houve queda no número de vacas ordenhadas em todo o país (-1,8%), sobretudo em áreas mais pobres, como Norte (-6,3%) e Nordeste (-8,8%).

Em compensação, o levantamento indica que houve ganho de produtividade de 2,5% na produção, com liderança do Rio Grande do Sul. Segundo a pesquisa, em média, foram 1.417 litros de leite ordenhados em cada vaca em 2012. A produção é concentrada no Sudeste, com 35,9% de participação no total do país. Sul (33,2%) e Centro-Oeste (14,9%) vêm em seguida.

Queda acentuada no Nordeste

Entre todos os rebanhos, a queda é mais acentuada no Nordeste. Em 2012, a retração no rebanho de caprinos na região foi de 8,2%; ovinos teve queda de 7,8%, e os suínos, de 3,6%. Também entre os equinos, o Nordeste lidera a queda com 4,7% de redução no plantel. Houve forte impacto na produção de mel (-19,3%), em virtude da falta de floração nas regiões atingidas pela escassez de chuvas.

Entre os caprinos, a Paraíba (-18,5%) liderou a queda. No entanto, Bahia (-11,5%) e Pernambuco (-7%), que juntos representam 50% da produção nacional, tiveram maior impacto sobre a produção.

Sul detém quase 50% do rebanho de suínos do Brasil

O Brasil é o quinto maior produtor mundial de carne de suínos, ficando apenas atrás da China, e detém o quarto maior efetivo desta espécie animal: 38,7 milhões de cabeças em 2012.

A região Sul liderou a participação regional no último ano, com 49,5% da produção; Sudeste corresponde por 18,4%, Nordeste, por 15,1%, Centro-Oeste, 13,2% e Norte, 3,8%. Santa Catarina é historicamente o Estado com o maior efetivo da espécie (19,3%), seguido por Rio Grande do Sul (16%), Paraná (14,2%) e Minas Gerais (13,3%). Juntos, os quatro somam 62,8% do total nacional. Os municípios de Uberlândia (MG), Rio Verde (GO) e Toledo (PR) foram os mais representativos no país.
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