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Sábado, 27 de abril de 2024

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CADE ANALISA

Conselheiros da ALL aprovam fusão que desagrada setor do agronegócio

O receio do agronegócio é que a fusão traga aumento no preço do frete, já que a Rumo poderia dar preferência à malha férrea para o transporte de açúcar. No interior de São Paulo, a Cosan é uma das principais companhias no setor sucroalcooleiro.

Foto: Imagem ilustrativa

Fusão pode aumentar preço de frete ferroviário, aduz Abiove

Fusão pode aumentar preço de frete ferroviário, aduz Abiove

O Conselho de Administração da América Latina Logística (ALL) aprovou, nesta terça-feira, proposta para incorporação da empresa pela Rumo Logística, do grupo de energia e infraestrutura Cosan. O negócio ainda passará por análise do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A proposta, que é criticada por setores do agronegócio, principalmente pelo setor produtivo da soja, envolve a formação de um gigante do setor de logística no Brasil avaliado em cerca de R$ 11 bilhões. A Rumo passaria a ter 36,5% da ALL, tornando-se o maior acionista individual da companhia.

A ALL é a maior operadora ferroviária do Brasil, com quase 13 mil quilômetros de linhas férreas. A empresa atende Mato Grosso com terminais em Alto Araguaia, Itiquira e Rondonópolis, transportando boa parte da soja e milho produzida no Estado até ao Porto de Santos – principal porta de saída das exportações mato-grossenses.

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O receio do agronegócio é que a fusão traga aumento no preço do frete, já que a Rumo poderia dar preferência à malha férrea para o transporte de açúcar. No interior de São Paulo, a Cosan é uma das principais companhias no setor sucroalcooleiro.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), entidade representativa das empresas que processam e comercializam oleaginosas no Brasil, aduz que a fusão poderá fazer com que a Rumo aumente o fluxo de açúcar e etanol nos trilhos, diminuindo o de grãos. Isso poderia prejudicar, por exemplo, o transporte pela malha ferroviária em Mato Grosso, impactando o escoamento de soja e milho de Rondonópolis até Santos.

Em nota publicada pela Abiove no mês de março, a associação informou que ingressou, em 28 de fevereiro, com um pedido para participar como terceiro interessado no inquérito administrativo do Cade, que apura práticas comerciais abusivas das empresas em contratos de transporte com a concessionária ferroviária.

“Para atingir seus mercados internacionais, 22% das exportações de soja, 21% das vendas externas de farelo e 26% das de milho dependem diretamente da ferrovia ALL, cujo controle está em fase de negociação”, diz a nota da Abiove.
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