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Sábado, 27 de abril de 2024

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CONCORRÊNCIA DESLEAL

Brasil repete empréstimo a Cuba e vai financiar construção de superporto no Uruguai

Foto: Reprodução

Terminal de Rio Grande deve ser o mais prejudicado

Terminal de Rio Grande deve ser o mais prejudicado

Assim como fez ao emprestar US$ 685 milhões para construir o porto de Mariel, em Cuba, o Brasil deverá ser o principal financiador de um super porto no litoral do Uruguai. O BNDES estuda financiar US$ 1 bilhão para erguer o porto de Rocha, localizado a 288 quilômetros do Porto de Rio Grande, no litoral gaúcho, e que deve roubar cargas dos terminais brasileiros.

De acordo com reportagem dos jornais O Globo e Correio do Povo publicada nesta segunda-feira (21), o Brasil estaria interessado em uma maior oferta de frequências marítimas, fretes mais baratos, tempo de deslocamento menor e possibilidade de alcance do mercado asiático pelo Estreito de Magalhães, em condições de concorrência com o Canal do Panamá.

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Operadores portuários brasileiros, no entanto, temem a concorrência com um porto mais moderno que os nacionais, principalmente no Sul. O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, considera preocupante o apoio do governo brasileiro à construção do porto em Rocha, no Uruguai.

“Não podemos financiar um concorrente enquanto temos grandes carências em acessos terrestres e aquaviários e na infraestrutura portuária”, assinalou em declaração publicada no site da associação.

O empresário lembrou que o governo brasileiro passou o ano de 2013 dizendo que iria investir na infraestrutura portuária.

"Se o financiamento pelo BNDES acontecer, isso vai na contramão do que a presidente Dilma pregou durante o ano passado, quando elaborou um novo marco regulatório para atrair investimentos para os portos brasileiros. E por que agora financiar um porto no Uruguai?”, questiona.

O projeto uruguaio é ousado: calado (profundidade) de 20 metros, que permitirá a atracação de navios com capacidade para até 180 mil toneladas. Os portos do Sul do Brasil têm, no máximo, 14 metros de calado e recebem navios com até 78 mil toneladas.

O governo uruguaio publicou na Internet estimativas sobre o novo porto. Em 2025, deve movimentar 87,5 milhões de toneladas, mais do que a soma dos terminais de Paranaguá (com 44,7 milhões de toneladas em 2013) e Rio Grande (com 33,2 milhões de toneladas em 2013).

É esperado que uma empreiteira brasileira faça as obras em Rocha. É o mesmo modelo adotado pelo BNDES para financiar com 685 milhões de dólares o porto cubano de Mariel, reformado pela Odebrecht. 
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