A inadimplência no cheque em Mato Grosso atingiu em março a marca de 3,28%, apontando a retomada das devoluções da forma de pagamento. O resultado é superior aos 2,94% de março de 2015, que havia apresentado recuo diante os 4,94% do mês em 2014. A tendência, segundo especialistas, é crescer ainda mais o endividamento diante o aumento do desemprego.

De janeiro a março as devoluções de cheque pela segunda vez por insuficiência de fundos representaram 3,07% das compensações em Mato Grosso. O resultado do primeiro trimestre de 2016 superou os 2,85% do período em 2015.

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Os números são do Serasa Experian, que apontam 2,642 milhões de cheques compensados entre janeiro e março em Mato Grosso contra 3,011 milhões no período em 2015. As devoluções no ano já somam 81,2 mil cheques, abaixo dos 86 mil em 2015.

Levantamento do Serasa Experian mostra, ainda, que somente em março foram 934,7 mil cheques compensados, enquanto em fevereiro haviam sido 883,3 mil cheques e em março do ano passado 1,114 milhão. As devoluções em março somaram 30,7 mil, acima das 25,6 mil de fevereiro e abaixo das 32,8 mil de março do ano passado.

O Brasil iniciou um processo de crise econômica em 2014 com queda no consumo e da atividade econômica, de acordo com o economista Edisantos Amorim, elevando assim a inadimplência. “O cheque é a última opção como forma de pagamento, principalmente para aqueles que já se encontram com restrições no cartão de crédito, por exemplo. O endividamento aumentou, pois muitos não conseguiram honrar com seus compromissos, em especial com cheque, por estar desempregado ou devido as elevações das taxas de juro, Selic, inflação, entre outros”.

Segundo o especialista, o desemprego é o primeiro indicador de crise econômica e o último a sair da situação.

Brasil

No Brasil, conforme o Indicador Serasa Experian de Cheques Sem Fundos, o percentual de devoluções de cheques pela segunda vez por insuficiência de fundo alcançou a marca histórica de 2,66% em março. É o maior índice em 25 anos. Em março do ano passado havia sido de 2,32% e em fevereiro 2,27%.

No ano a inadimplência no cheque atingiu a marca de 2,45%, contra 2,20% de 2015. O maior endividamento constatado está no Amapá com 18,27%, seguido de Roraima com 10,23%. O menor percentual verificado foi em São Paulo de 1,84%.