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CEIA MAIS MAGRA

Desemprego freia consumo do cuiabano às vesperas do Natal, mas população é otimista, diz estudo

23 Dez 2016 - 11:35

Da Redação - Paulo Victor Fanaia Teixeira

Foto: Olhar Direto

Corredores vazios e carrinhos tímidos nos hipermercados

Corredores vazios e carrinhos tímidos nos hipermercados

O fim de um ano marcado por grave crise política e econômica deverá ter uma ceia de Natal mais magrinha. As altas dos preços somadas à desvalorização da moeda do mercado internacional refletiram diretamente no poder aquisitivo do consumidor, que neste ano usou e abusou da criatividade para apresentar o melhor à mesa. Agro Olhar acompanhou o início da noite desta quinta-feira (22) em um hipermercado de Cuiabá. Corredores vazios e carrinhos tímidos refletem os dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Boa Vista SCPC.

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Embora tradicionalmente o mês de dezembro tenha considerável aumento no consumo, o crescimento deste ano foi sensível. O desempenho do mercado em Mato Grosso poderia ter sido pior diante da recessão econômica pela qual o Brasil passa e que vem afetando diversos setores econômicos no Estado, principalmente segmentos de varejo e supermercados.

A queda no consumo é um dos principais fatores para o resultado nas vendas dos estabelecimentos comerciais, conforme explicou reportagem de Agro Olhar em setembro deste ano. O comércio varejista mato-grossense sofreu retração, de acordo com o IBGE, é de 10,3% até julho deste ano.

Quem precisa de ameixa seca?

Os números convergem com a análise nacional “Hábitos de Consumo”, da Boa Vista SCPC, que aponta que, comparado às demais regiões do país, os consumidores do Centro-oeste foram os que mais diminuíram seus gastos com alimentação (23%). Reflexo disso são corredores vazios do hipermercado e poucos carrinhos com carnes tradicionais de Natal, como chester, tender e peru, que apresentam leve sobrepreço neste ano.

A redução do consumo tem um motivo. Segundo o estudo, enquanto a região Sul apresenta a redução da renda e do poder aquisitivo (17% dos entrevistados) e o Sudeste e Norte alegam endividamento (43% e 40%), aqui o desemprego foi apontado como o principal fator para diminuição nos gastos (para 50% dos ouvidos). Assim como nós, pensam também os nordestinos, com 41% dos entrevistados.

Não tá fácil pra ninguém:

Conforme verificado no hipermercado, uma compra para ceia de natal, com carrinho cheio, com direito a peru para 04 pessoas, bebida e sobremesa não sai por menos de R$ 200,00. Um preço um tanto salgado se comparado ao período de 2008 e 2009 quando o mercado brasileiro flutuava em sua (rápida) era de crescimento.

Essa percepção faz sentido, segundo o estudo “Hábitos de Consumo”: a região Centro-Oeste, assim como no Sul, é a que mais sente que gastos com alimentação pesam mais no orçamento, (com 33% e 30% das menções). Outro dado revela que nós somos os menos gastadores do país: 34% da população desta região se declara consumidor “econômico”, superando a média nacional de 18%.

Fazer o bem sem olhar à quem:

Já os que dispensam farta mesa de natal, mas fazem questão de promover uma boa ação, terão agradável surpresa. É que o preço da cesta básica caiu em Cuiabá, em relação ao resto do país, cerca de 5% a menos que nesta mesma época em 2015. Apesar disso, nossa cesta básica segue sendo uma das mais caras dos Brasil, se consideradas apenas as capitais, ocupando o 7º lugar no ranking, à R$ 431,46 no mês de novembro.

Amanhã será um lindo dia:

Apesar da crise e dos cortes de gastos, os números da Boa Vista SCPC revelam algo interessante, a região Centro-Oeste é uma das mais confiantes na superação da crise nacional: 80% dos entrevistados em nossa região acreditam que, mesmo com a inflação, nossas finanças pessoais estão melhores que no Natal de 2015, 12% creem que estamos iguais e somente 8% viram piora. Perdemos apenas para os “super otimistas” da região Norte, lá 95% da população acredita que estão com as finanças melhores.

Fica a dica:

Já que é inevitável apresentar um bom jantar ou almoço de Natal, o jeito é abusar da criatividade, substituindo elementos com preço "salgado" (como peru, refrigerantes de marca e doces elaborados) por aves Fiesta, Chester, refrigerantes populares e sobremesas mais simples e não menos criativas. Olhar Conceito separou algumas ideias que poderão surpreender o seu natal. Veja aqui. Boas Festas!
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