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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

Notícias | Economia

Receita cobra R$6,4 bi de MMX, Natura, Fibria e Santos Brasil

Receita Federal está cobrando um total de 6,4 bilhões de reais de quatro grandes empresas listadas na Bovespa, em autuações realizadas em menos de um mês no momento em que o governo se esforça para fechar as contas diante de uma arrecadação inferior à inicialmente prevista.


Na última ação, tornada pública nesta terça-feira, a Receita autuou a MMX, mineradora do empresário Eike Batista, cobrando quase 3,8 bilhões de reais por Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL) referentes a 2007 que não teriam sido recolhidos. A MMX disse considerar "totalmente improcedentes as autuações recebidas" e acreditar que elas serão rejeitadas.

Em setembro passado, a Receita anunciou que estava iniciando a cobrança de 86 bilhões de reais por impostos atrasados, na maior ação de recuperação de débitos já realizada pelo órgão. Na primeira fase, a Receita disse que concentraria o trabalho num grupo de 317 grandes contribuintes com dívidas tributárias estimadas em 42 bilhões de reais.

Na noite de segunda-feira, a empresa de cosméticos Natura disse que a Receita está exigindo o pagamento de 627,8 milhões de reais, acrescidos de multas e juros, por impostos supostamente não recolhidos por uma de suas controladas em 2008. A Natura recorrerá e considera que "o risco de perda associado a esse procedimento fiscal é remoto", afirmando ter observado "a legislação vigente a época dos fatos".

As ações de MMX recuavam 1,1 por cento após o anúncio da autuação, reduzindo perdas que chegaram a mais de 3 por cento, e Natura tinha desvalorização de 2,7 por cento nesta manhã. O principal índice acionário local, o Ibovespa, subia cerca de 0,32 por cento às 11h10.

Outras empresas com ações negociadas na bolsa paulista que foram autuadas recentemente são a produtora de celulose Fibria, cuja cobrança pela Receita de 1,666 bilhão de reais foi feita em meados de dezembro, e a companhia de logística Santos Brasil, com suposta dívida com os cofres públicos de 334,4 milhões de reais.

Fibria e Santos Brasil, como as outras grandes empresas autuadas, disseram ser remota a chance de perda da disputa com a Receita. As empresas de capital aberto normalmente divulgam comunicados a respeito das autuações mesmo que considerem pequena a probabilidade de perda, como forma de manter os investidores informados sobre as ocorrências.

A MMX, por exemplo, esclareceu no fato relevante que as autuações "não impõem provisionamento contábil nem outras consequências financeiras imediatas".

A economia mais fraca tem pesado sobre a arrecadação de tributos pelo governo, além das desonerações adotadas para estimular a atividade e melhorar o Produto Interno Bruto (PIB).

Para atingir a meta de superávit primário de 2012 --a economia que o governo faz para pagar juros da dívida pública--, a União fez uma manobra contábil na semana passada que engordou o saldo positivo das contas do Tesouro em 19,4 bilhões de reais em dezembro.

A operação contábil --que envolveu o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), a Caixa Econômica Federal e o Fundo Soberano-- foi criticada por especialistas, por deteriorar a política fiscal.
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