Os produtores rurais de Mato Grosso estão preocupados com o fantasma do apagão logístico que se aproxima, tão logo se inicie a escoação da produção local de grãos destinada a exportação. “O apagão logístico está programado; as rodovias, hidrovias e ferrovias existentes no estado são insuficientes para escoar a produção agrícola do estado”, alerta o diretor técnico da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso – Aprosoja, Luiz Nery Ribas.

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A falta de planejamento é uma das questões que mais preocupam produtores e entidades ligadas ao setor. A inércia do governo no que diz respeito a ampliação de área de escoamento da produção de soja, milho, algodão - para citar apenas as três principais culturas cultivadas em MT, tem prejudicado não somente a economia local, mas a brasileira como um todo.

“A soja é o carro chefe da balança comercial, gera emprego, renda, e algo em torno de 20 a 30 dependem diretamente da soja pra sobreviver, tem suas economias vinculadas diretamente a agricultura“, diz Nery Ribas.

A solução para este problema seria a construção de mais rodovias, ferrovias e hidrovias, numa tentativa de otimizar o setor de transporte – sobretudo o modal ferroviário, tendo em vista que o rodoviário já esta saturado, e dar suporte a área de logística.

“Devemos entender a logística como um processo integrado, da mesma forma que encaramos a cadeia produtiva”, diz o diretor técnico, talvez em alusão a um termo que anda em voga ultimamente: logística integrada e gestão da cadeia de suprimentos. “Estes setores dependem um do outro, e o governo tem que entender que eles só começaram a funcionar efetivamente quando o volume de investimentos crescer substancialmente”, alegou Nery Ribas.

Na opinião de especialistas, o governo precisa abrir mão de paradigmas arcaicos e começar a lançar mão de novas ideias, buscando novas formas de interação com o setor produtivo, seja por meio de incentivos ou de parceiras público-privadas.

Um dos maiores entraves apontados para o setor de logística no estado, considerado extremamente deficitário, é o pouco empenho dos políticos na articulação política em Brasília, e a consequente falta de captação de recursos para o desenvolvimento desta área em MT.