De nome estranho - Integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), estratégia de produção em que se associam em uma mesma área os componentes agrícola, animal e espécies florestais, de maneira sucessiva ou alternada, vai passar pelo seu primeiro teste.

Curso caracteriza Sistemas de ILPF e seus componentes

O primeiro trabalho aplicado em campo teve início em 2011, e agora o ensaio já conta com os primeiros animais.

O experimento, instalado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Agrossilvipastoril de Sinop – MT, busca entender se a atividade é uma forma de produção sustentável, uma vez que em um mesmo espaço pode se produzir grãos, fibras, carne, leite, madeira e frutos.

Os técnicos da entidade buscam relacionar o desempenho dos animais e a produção de leite com o plantio das espécies florestais e da primeira safra agrícola. Na opinião do chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agrossilvipastoril, Austeclínio Farias, a estratégia apresenta vantagens em relação às culturas solteiras. “Acreditamos que o iLPF oferece melhor ciclagem de nutrientes, melhoria nas características químicas e físicas do solo, controle de doenças, conforto animal, entre outras questões como o aspecto econômico”.

Outro ponto forte da pesquisa, apontado pelo pesquisador, são as diferentes fontes de renda. “O produtor tem menor vulnerabilidade, e isto propicia maior segurança em relação às flutuações de preços”.

A respeito da produção leiteira, o estudo busca verificar se na integração lavoura-pecuária-floresta quais medidas de sombra beneficiam mais a produção de leite. A integração permite utilizar uma série de espécies florestais, sejam elas nativas ou exóticas, madeireiras ou não madeireiras.

De acordo com informações divulgadas pela Embrapa no site Agrodebate, além da produção de leite, o experimento de integração lavoura-pecuária-floresta possibilitará uma série de outras pesquisas desenvolvidas por uma equipe multidisciplinar.

Estão sendo avaliados a dinâmica de carbono e de água, as características físico-químicas e a microbiologia do solo; indicadores de sustentabilidade, emissão de gases de efeito estufa e microclima; desempenho da lavoura, das plantas forrageiras e das espécies florestais; manejo de pragas e doenças; além do aspecto econômico do sistema integrado de produção.

A expectativa é que deste experimento sejam gerados resultados científicos ao longo dos próximos 15 anos.