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Rebanho menor

Abate de fêmeas é principal causa da redução de mais de 500 mil cabeças de gado

25 Jan 2013 - 18:25

Especial para o Agro Olhar - Thalita Araújo

Foto: Thalita Araújo

Abate de fêmeas é principal causa da redução de mais de 500 mil cabeças de gado
Mato Grosso terminou o ano de 2012 com mais de 522 mil cabeças de gado a menos que em 2011, uma redução de 1,8% do rebanho bovino estadual, que, de 29.193.319, passou a 28.670.468 cabeças. De acordo com o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, essa queda foi causada, principalmente, pelo abate de fêmeas.


Ele explica que a crise de pastagens enfrentada no Estado forçou os criadores a abater fêmeas para reduzir o rebanho e, logo, reduzir os custos. Vacari afirma que estes números, divulgados pelo Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT), já eram esperados pelo setor.

Em 2012, 46% dos animais abatidos em Mato Grosso eram fêmeas. Em 2011 esta participação foi de 44% e, em 2010, apenas de 34%.

Abater fêmeas para melhorar o cenário em curto prazo significa gerar outro problema ainda maior no futuro. Vacari destaca que, com abate de fêmeas, vão faltar bezerros em dois a três anos.

“Mais do que o problema de pasto, o pecuarista ainda tem que lidar com a desvalorização dos bezerros e baixa rentabilidade do sistema de cria. Com isso a consequência é uma escassez de animais em poucos anos”, analisa.

Resolver a questão das pastagens degradadas seria a solução de maior garantia, mas custa caro, ao passo que a crise pela qual o setor vem passando tem deixado os produtores descapitalizados.

“Em 2010 se iniciou um problema nos pastos por causa do ataque de cigarrinhas, que, somado à degradação, culminou na crise enfrentada hoje no campo. Sem a recuperação ou reforma do pasto nas propriedades o futuro da pecuária fica comprometida no Estado”, lamenta o superintendente.

Para o economista e consultor técnico da Acrimat, Amado de Oliveira, é preciso desenvolver um plano de ação e políticas públicas para enfrentar os problemas de pastagem no Estado.

“O pecuarista tem condições de elevar sua produtividade, mas para isso é preciso ter alimento para o boi e estamos falando em pasto. O governo precisa criar linhas de crédito e políticas que amparem os pecuaristas na hora de investir”, afirma Amado.
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