Ainda que lentamente, o ovo passou a recuperar, na terceira semana de janeiro, parte do que perdeu nas duas semanas anteriores, quando as cotações do produto sofreram forte retrocesso.

De certa forma, porém, esse retrocesso pode ser considerado normal, típico de todo janeiro. O que é anormal, no mês, é a reversão de mercado na penúltima semana do período, normalmente o pior momento para a comercialização do produto.

O significado disso, obviamente, é que a oferta se encontra extremamente ajustada à demanda que, sem dúvida, continua aquém do que é considerado normal, visto que parte dos consumidores ainda se encontra em férias.

Em outras palavras, momentos bem melhores que os atuais devem ocorrer, podendo acontecer, eventualmente, que se chegue ao final de janeiro sem recuperar totalmente o que foi perdido desde os primeiros dias do ano.

Mas essa recomposição deve ocorrer no curtíssimo prazo, nada impedindo que, antes mesmo da Quaresma (início em pouco mais de duas semanas), as cotações do produto alcancem os valores experimentados em dezembro, até aqui (e pelo menos nominalmente), os melhores já obtidos pelo setor.

Uma observação, porém: essa possibilidade não tem nada de excepcional, talvez continue insuficiente para reequilibrar o poder aquisitivo do produtor. Para exemplificar basta dizer que o preço médio atual (R$53,73/caixa) é, praticamente, o mesmo registrado em abril de 2011 (R$52,88/caixa). Só que os preços pagos hoje pelo milho são, respectivamente, 10% e 67% superiores. Ou seja: é preciso bem mais para cobrir a diferença de custo.