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Sexta-feira, 26 de abril de 2024

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AÇÚCAR NOS TRILHOS

Acionistas da ALL aprovam fusão que desagrada setor produtivo de grãos

Caso o Cade e a ANTT dê a chancela aprovando o negócio, a Rumo passará a ter 36,5% da companhia ferroviária, tornando-se o maior acionista individual da empresa. A ALL é a maior operadora ferroviária do Brasil, com quase 13 mil quilômetros de linhas férreas.

Foto: Imagem ilustrativa

Fusão deixa setor de grãos com receio

Fusão deixa setor de grãos com receio

Os acionistas da América Latina Logística (ALL) – empresa que escoa a maior parte dos grãos produzidos em Mato Grosso - aprovaram, nesta quinta-feira, durante assembleia realizada em Curitiba (PR), a incorporação da companhia ferroviária pela Rumo Logística Operadora Multimodal S.A, do grupo de energia e infraestrutura Cosan.

O negócio, que ainda passará pelo crivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), cria um gigante de logística avaliado em cerca de R$ 11 bilhões. Contudo, assusta o setor produtivo de soja e milho, já que os principais negócios da Cosan estão enraizados na produção sucroalcooleira.

Os produtores temem que a Rumo dê preferência ao fluxo de açúcar nos trilhos, em detrimento aos grãos, e isso aumente o preço do frete ferroviário em Mato Grosso. A ALL possui terminais de carga em Alto Araguaia, Itiquira e Rondonópolis, transportando boa parte da soja e milho produzida no Estado até ao Porto de Santos – principal porta de saída das exportações mato-grossenses.

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Caso o Cade e a ANTT dê a chancela aprovando o negócio, a Rumo passará a ter 36,5% da companhia ferroviária, tornando-se o maior acionista individual da empresa. A ALL é a maior operadora ferroviária do Brasil, com quase 13 mil quilômetros de linhas férreas.

A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), entidade representativa das empresas que processam e comercializam oleaginosas no Brasil, aduz que a fusão põe em risco a garantia de transporte de grãos pelos trilhos. “Para atingir seus mercados internacionais, 22% das exportações de soja, 21% das vendas externas de farelo e 26% das de milho dependem diretamente da ferrovia ALL, cujo controle está em fase de negociação”, diz recente nota da Abiove.

A associação informou que ingressou, em 28 de fevereiro, com um pedido para participar como terceiro interessado no inquérito administrativo do Cade, que apura práticas comerciais abusivas das empresas em contratos de transporte com a concessionária ferroviária.
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