Olhar Agro & Negócios

Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Notícias | Política

Ano político e incertezas para a agricultura

Muitos de nós, quando falamos em ano político ou política temos a tendência a deixar de lado. São tantos escândalos que é realmente difícil acreditar que podemos ter uma mudança de comportamento. Apesar disso, acredito que tudo na vida muda! Pode demorar, mas muda!

Os exemplos estão para serem vistos. A revolução que o campo fez nos últimos 40 anos é extraordinário. Transformou solos ácidos em solos produtivos, produção de culturas, floresta e pecuária na mesma área, 60% da área brasileira preservada entre tantas outras conquistas. E para coroar todos estes investimentos, em 2013 houve mais recordes: safra estimada em 190 milhões de toneladas. Os valores pagos ao produtor ainda mantém boas margens. Soja sendo paga no Rio Grande do Sul a preços próximos de R$ 65,00, melhorias nos sistemas ferroviário e rodoviário, ainda precário, mas com boas perspectivas no médio e longo prazo. Com todas estas noticias positivas, parece que estamos em um oásis, onde tudo está caminhando para o sucesso. No entanto, isso não verdade!

Em ano eleitoral os agricultores em sua pequena parcela da população brasileira, pouco mais de 15%, não conseguem ter controle sobre a variável política. Neste caso, quem determina o que é certo ou errado são as cidades que andam longe e pouco preocupadas com os problemas que o campo vem sofrendo. O fator político é determinante para que as necessidades dos produtores sejam atendidas. Fato e aparentemente irreversível. Por isso, a classe agrícola brasileira precisa estar atenta às demandas que o setor necessita.

Os candidatos à presidência da republica estão na vitrine, qual seria o melhor? Quem poderá dizer certamente serão os eleitores. O que não podemos é ficar olhando e ouvindo propostas evasivas, que não irão contribuir para manter a agricultura brasileira como líder mundial na produção de alimentos. Não podemos aceitar que meio ambiente ou a agricultura tenham prioridades distintas. Devemos exigir o equilíbrio. Não podemos aceitar que terras agricultáveis se tornem reservas indígenas, mas podemos acreditar em uma política séria que tenha equilíbrio para ambas as partes, que determine quem de fato são os verdadeiros proprietários. Lembrem-se: no passado este país pertenceu aos índios, como foi em outros países. No entanto, os exemplos de fora podem servir de exemplos para o Brasil para que essa incerteza transforme-se em certeza de que os proprietários são de fatos proprietários. Não podemos aceitar que o agronegócio confronte a agricultura familiar, ambos são produtores, ambos querem retorno financeiro, são estes dois segmentos que sustentam nossas mesas e nossa economia. Não podemos deixar que a variável política coloque estes segmentos em confronto, como vem acontecendo já há alguns anos.

Por isso jovens, mães, pais, produtores, lideranças e povo brasileiro: sabemos que a política do nosso país não tem deixado bons legados. Mas é fundamental que saibamos usá-la em nosso favor, seja na agricultura e no campo, seja nas cidades. Em anos como este, as incertezas prevalecem. Nos questionamos de como será o próximo presidente. Será o mesmo ou teremos outro? Será que poderá nos ajudar? Ou continuaremos a levar este país nas costas, pagando cada vez mais impostos e com retorno muito baixo do que investimos? Essas são perguntas que podem ser respondidas e valorizadas pela política e políticos que querem lugares no congresso e na presidência. Se não nos mexermos, não teremos sucesso em nossas reivindicações. Para ser um bom político, basta querer e respeitar quem lhe deu a oportunidade de estar lá. Que possamos transformar as incertezas políticas em certezas concretas que poderão ajudar o campo a manter o Brasil e aprimorar cada vez mais a agricultura sustentável. O melhor está por vir!

Por José Annes Marinho, Engenheiro Agrônomo formado pela Universidade de Passo Fundo/RS, Especialista em Proteção de Plantas UFV/MG, MBA em Marketing FGV/RJ e Produtor Rural no Tocantins/TO.
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