O churrasco em Mato Grosso no mês de novembro ficou 3,39% mais caro, somente no desembolso com a carne bovina, em relação a outubro e a tendência é que em dezembro a alta persista. Um dos principais motivos para o incremento de preço na carne é a valorização da arroba do boi gordo que hoje está na casa dos R$ 128, porém chegou R$ 130 em novembro em média. Segundo o setor pecuário, não há justificativa para tamanha alta para o consumidor, tendo-se em vista que nos últimos 10 anos a arroba do boi teve recuperação de aproximadamente 90%, enquanto no varejo a carne ficou 190% mais cara.
Ao se comparar com novembro do ano passado, de acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o quilo da carne bovina encareceu em média 22,53% nos supermercados e açougues.
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Conforme o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, não há "justificativa técnica para todo este repasse aos consumidores, que poderia estar consumindo a mesma carne, com a mesma qualidade, por um preço bem menor se não fosse às margens de operação principalmente, do grande varejo. Nos últimos 10 anos a arroba do boi teve uma recuperação de preço de mais ou menos 90% e a carne no varejo ficou 190% mais cara".
A carne bovina, bem como os demais produtos encontrados nos supermercados, já sofrem impactos provocados também pela alta do combustível, no caso o óleo diesel. "Os impactos podem ser muito grandes. Diretamente, porque o óleo diesel é um componente importante para o custo de produção da pecuária. Além disso, pode trazer reflexo para o consumidor. Afinal de contas, a nossa produção precisa ser escoada sendo feita, a maior parte, por caminhões. Esse cenário pode chegar ao consumidor", explica o superintendente da Acrimat.
Alta da Arroba
De acordo com Vacari, o setor está vendo com naturalidade o aumento de preço da arroba em Mato Grosso, porém ele salienta que ainda é necessária cautela. O superintendente da Acrimat ressalta que o setor passa por um momento de renda positiva na atividade após mais de 10 anos. "Era uma situação que precisava acontecer. O pecuarista não aguentava mais pagar a conta de tudo o que estava acontecendo. Agora ele tem a oportunidade de fazer os investimentos que deixaram de ser feitos nos últimos anos no Estado, como reforma de pastagens, melhoria genético e nas propriedades".
Apesar dos bons preços, a renda não acompanha a recuperação de preço. "Tivemos aumento de custos de produção. O óleo diesel teve um aumento de preço muito grande, assim como mão-de-obra, sal mineral contribuíram para a alta no custo de produção", comenta Vacari.
