Produtores rurais de Sorriso solicitaram aos transportadores em manifesto no município que liberem os caminhões carregados com óleo diesel destinados para as propriedades. De acordo com os produtores, Mato Grosso ainda não teve problemas com a colheita, devido aos protestos, visto as chuvas dos últimos dias impedirem que as máquinas entrem nas lavouras. Na semana passa a colheita da soja 2014/2015 chegou a 34,9% dos 8,866 milhões de hectares plantados no Estado. Produtores revelam ainda a possibilidade de após a colheita da soja aderir a ‘greve’ dos caminhoneiros, pois “também são reféns da alta de preço do óleo diesel”.

Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) mostra que na safra 2014/2015 foram semeados somente em Sorriso 580,6 mil hectares com soja. O município é o maior produtor da oleaginosa no Brasil.

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No sábado (21) pela manhã uma reunião entre manifestantes de Sorriso e cerca de 30 produtores rurais foi realizada no município. O presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Sorriso e Região, Wilson Rodrigues, os produtores apresentaram para os transportadores suas preocupações quanto aos trabalhos de colheita.

Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Laércio Lenz, os produtores não sofreram com desabastecimento de óleo diesel até o momento, pois nos últimos dias não estão conseguindo colher em decorrência às chuvas. Lenz frisa ainda que os caminhões que saem das lavouras com destino as tradings estão trafegando normalmente.

“Pedimos que nos liberassem os caminhões que transportam combustíveis vendidos diretamente a produtores rurais, ou seja, que são Transportador Revendedor Retalhista (TRR). Concordamos com o manifesto deles e se não estivéssemos em plena colheita estaríamos junto. Só no Brasil que o combustível está subindo”, declarou o presidente do Sindicato Rural de Sorriso ao Agro Olhar.

De acordo com Laércio Lenz, o óleo diesel representa entre 8% e 10% do custo de insumos das lavouras. Em média, revela o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, uma propriedade de porte mediano consume por dia 1 mil litros de óleo diesel. “O combustível está impactando no bolso do consumidor. Podemos aderir aos manifestos assim que encerrarmos a colheita. Já passou da hora do governo federal se explicar. Nosso único receio hoje é quanto à capacidade de Mato Grosso com armazenagem se não escoarmos”.

Apoio do comércio

Conforme o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Sorriso e Região, Wilson Rodrigues, os caminhoneiros e transportadores estão tendo apoio dos comerciantes de Sorriso também. “Eles nos ajudam com marmita e água para o pessoal que está em manifesto e parado”, comentou ao Agro Olhar.