Se a produção de milho 2ª safra em Mato Grosso não reduzisse em aproximadamente 32%, como se estima devido redução na área, o volume a ser colhido poderia chegar muito próximo do que foi obtido na soja no ciclo 2013/2014. A diferença na produção no atual ciclo entre o cereal e a oleaginosa deverá ser de 10,924 milhões de toneladas, quantidade maior que diferença de 1,122 milhão de toneladas verificadas na safra 2012/2013.

De acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), foram colhidos na safra 2013/2014 de soja 26,154 milhões de toneladas e em milho a perspectiva é de 15,230 milhões de toneladas apenas. No ciclo 2012/2013 foram colhidas em soja 23,660 milhões de toneladas e em milho 22,538 milhões de toneladas.

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Analisando os dados de cinco safras atrás, mais precisamente a 2009/2010 a diferença da produção de soja e milho do ciclo atual é semelhante. Naquela safra foram colhidas 18,812 milhões de toneladas de soja e 8,414 milhões de toneladas de milho 2ª safra, segundo o Imea, algo em torno de 10,398 milhões de toneladas de diferença.

Hoje, o milho representa 73% da área semeada na 2ª safra em Mato Grosso.

Conforme analistas do Imea, durante coletiva de imprensa sobre o Circuito Tecnológico Etapa Milho, que será realizado nessa semana pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), dos 8,322 milhões de hectares plantados com soja na safra 2013/2014 35,7% desta área recebeu o milho 2º safra. Na safra 2012/2013 46,8% da área destinada à soja recebeu milho.

A perspectiva é que na safra atual sejam colhidas cerca de 85 sacas por hectare de milho, o volume é superior a média de 52 sacas por hectare de soja colhidas. A produtividade é o que diferencia a produção dos dois grãos em Mato Grosso, ou seja, o milho possui uma produtividade maior que a soja, porém é semeado em uma área menor.

“Se a área de milho não tivesse reduzido à produção deste ciclo poderia ser muito próxima a da produção de soja, assim como na safra passada”, declarou o Imea.

A 2ª safra é considerada essencial para o manejo do solo, uso de máquinas e mão de obra, segundo o diretor técnico da Aprosoja-MT, Luiz Nery Ribas. “Com isso a 2ª safra acabou se tornando mais rentável. Porém no ciclo 2013/2014 o milho não demonstrou interesse econômico, o ano passado já mostrava queda na renda e aumento no custo de produção”.

A redução na área de milho e produção poderiam ser muito maior, frisa Ribas, se a região Sul do Brasil não tivesse sofrido quebra de 50% na produção nesta safra. “Como tivemos quebra no Sul, os produtores resolveram em Mato Grosso um pouco mais, o que influenciou para um avanço do plantio até março fora do período da janela ideal”, disse o diretor técnico da Aprosoja-MT.

A diferença na produção de soja e milho vinha reduzindo desde a safra 2011/2012 quando atingiu 2,928 milhões de toneladas. Na ocasião foram colhidas 21,367 milhões de toneladas de soja e 18,439 milhões de milho. No ciclo 2010/2011 foram colhidas 20,566 milhões de toneladas de soja e 6,991 milhões de toneladas de milho.