O presidente da Câmara Setorial da Soja e ex-presidente da Aprosoja Brasil, Glauber Silveira, fez um apelo ao ministro da agricultura Neri Geller para que o governo adote políticas públicas que protejam a cadeia da soja de problemas que tiram a competitividade do setor.
Em reunião nesta terça-feira (1.7) no gabinete de Neri, em Brasília, Glauber entregou um documento chamado Carta Aberta da Soja, documento com 23 propostas discutidas durante reunião do 4º Clube da Soja, realizado em maio em Florianópolis.
Glauber alertou para a elevação no custo de produção em citou como exemplo o preço abusivo dos defensivos agrícolas. Segundo ele, os produtores costumavam gastar entre cinco a sete sacas por hectare com agroquímicos. Atualmente, este custo gira em torno de 14 sacas por hectare.
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O dirigente criticou a burocracia e a demora na liberação de defensivos químicos para uso no combate às pragas nas lavoras e sugeriu melhor utilização da Embrapa na pesquisa para liberação destes produtos.
“Precisamos da volta da caravana da Embrapa para levar tecnologia aos produtores. Hoje os pequenos e médios recebem orientação nos revendedores de defensivos. Estou apavorado com os custos de produção. Hoje está em mil e cem dólares por hectare em Mato Grosso. Os produtores estão pagando 60 sacas por hectare para produzir. É exorbitante”, pontuou.
Ainda segundo o presidente da Câmara Setorial da Soja, o gargalo para o aumento da produção e da produtividade continua sendo a questão logística e a falta de alternativas economicamente viáveis para manter o agronegócio competitivo em relação a outros países.
“Esta é a ‘carta” da soja. Outras cartas virão, de outros segmentos. São muitas as reclamações em relação às dificuldades que todo o setor rural enfrenta para produzir no país”, observou.
Ao receber o documento das mãos de Glauber, o ministro Neri Geller ponderou que muitas ações passaram a ser desenvolvidas desde que assumiu o cargo, no início de 2014.
Neri citou como exemplo mudanças na Política Agrícola, no apoio á comercialização e reconheceu que há um enfrentamento dentro do governo em relação à questão dos defensivos.
“Sugerimos a criação de uma central de registro de cadastros de produtos. Não será mais a Anvisa a responsável pela análise. Foi criado um grupo de Trabalho na Casa Civil mas orientado por nós (Mapa)”, pontuou.
Ao fazer a defesa de sua gestão, o ministro comentou ainda pontos já trabalhados pelo Mapa, como a descentralização na distribuição dos recursos do seguro rural, o aumento do biodiesel na gasolina, a desoneração para importação dos fertilizantes e o debate sobre segurança jurídica na regulamentação do Cadastro Ambiental Rural (CAR).
