A liberação de aproximadamente 91 plantas frigoríficas de carnes brasileiras, bem como duas de lácteos, por parte da Rússia é preciso ser vista com certa cautela na opinião do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller. As habilitações e reabilitações ocorreram no início de agosto após a Rússia anunciar embargos às importações de alimentos e outros produtos dos Estados Unidos e União Europeia. Conforme o ministro, duas plantas frigoríficas de carne suína em Mato Grosso devem ser liberadas "em breve".

Em entrevista ao jornal Valor, cuja edição em circulação é datada de 16 a 18 agosto de 2014, Geller ressalta que é preciso ver o momento com cautela e que a preocupação é quanto a estabilidade no fornecimento. O ministro ainda reforçou que o governo brasileiro tem procurado mostrar que seus produtos possuem qualidade e condições para expansão de embarques.

Cerca de 90 unidades frigoríficas foram no dia 6 de agosto habilitadas e reabilitadas pela Rússia. Um grande volume de unidades, se comparado que as liberações ocorriam em média de quatro unidades a cada vez. O "relaxamento" nas restrições vem de encontro após de embargo da Rússia às importações de alimentos e outros produtos provenientes dos Estados Unidos e da União Europeia. As restrições russas a estes dois grandes poderes econômicos são uma resposta ás sanções econômicas imposta à Rússia em decorrência a crise na Ucrânia. Na última semana mais quatro frigoríficos receberam o “ok” da Rússia para enviar carne bovina.

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De acordo com Geller, recentemente a presidente Dilma Rousseff solicitou que ele se reunisse com o setor produtivo, indústrias e tradings reforçando o pedido de cautela, pois o embargo da Rússia para os Estados Unidos e a União Europeia ser retirado em médio ou curto prazo. Durante o encontro com o setor o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento ressaltou ainda que o Brasil possa vir a sofrer retaliação dos Estados Unidos e da União Europeia.

Mato Grosso

Dentre as cerca de 90 plantas liberadas em 6 de agosto, sete eram de Mato Grosso. A maioria das unidades eram de carne bovina e miudezas bovinas. Apenas uma era de suíno e miudezas suínas.

Em 15 de junho de 2011 Mato Grosso teve 22 plantas frigoríficas impossibilitadas de enviar carne à Rússia. O país restringiu 17 unidades de carne bovina, três de suína e duas de frango. Os desembargos para Mato Grosso tiveram início em meados de novembro de 2013.

De acordo com o ministro Neri Geller, por meio de sua assessoria de imprensa, mais duas plantas de carne suína estão para ser habilitadas pela Rússia e que as liberações para venda devem ocorrer em breve. As plantas estão em Lucas do Rio Verde e em Sorriso.

Irã

No próximo dia 24 de agosto está marcada uma viagem para o Teerã, capital do Irã. Uma comitiva do Ministério e representantes do setor produtivo e industrial seguem com o intuito de retirar o embargo de 17 plantas frigoríficas de carne bovina de Mato Grosso, após a confirmação de um caso atípico do "mal da vaca louca" no Estado em meados de maio deste ano. O caso foi registrado em uma fêmea proveniente de uma fazenda em Porto Esperidião em abril, porém o caso só foi constatado quando a mesma já estava em um frigorífico em São José dos Quatro Marcos para o abate.