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Terça-feira, 30 de abril de 2024

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Cadê são pedro???

Mato Grosso amarga R$ 1 bilhão de prejuízos com perdas nas lavouras de soja

Foto: Aprosoja-MT

Mato Grosso amarga R$ 1 bilhão de prejuízos com perdas nas lavouras de soja
Mato Grosso registra prejuízo de R$ 1 bilhão na renda da porteira para dentro com a retração de 1 milhão de toneladas na safra 2015/2016. O recuo nas projeções de produção do ciclo é decorrente a falta de chuvas no estado, ação provocada pelos efeitos do El Niño. Produtores e o Governo de Mato Grosso buscam juntos somar os impactos causados pela "crise" climática para buscar meios de auxiliar o setor, principalmente quanto ao pagamento de financiamentos e cumprimento dos contratos de vendas da soja futura.

As novas estimativas de safra para a soja apontam retração de 29 milhões de toneladas para 28 milhões de toneladas, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Como o Agro Olhar comentou recentemente, até o dia 27 de novembro, Mato Grosso já havia realizado o replantio da oleaginosa em 3,1% do total da área destinada para a cultura. Na safra 2015/2016 as estimativas apontam 9,203 milhões de hectares semeados.

O volume de área replantada, segundo o presidente eleito da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Endrigo Dalcin, é o maior das últimas safras.

A pedido do vice-governador de Mato Grosso, Carlos Fávaro, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) reuniram-se nesta quarta-feira, 16 de dezembro, juntamente com a Aprosoja, Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) e produtores para avaliar a situação de Mato Grosso diante a falta de chuvas.

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Algumas localidades em Mato Grosso, como o Agro Olhar comentou recentemente, estão há cerca de 40 dias sem a presença de 'São Pedro'.

“Já notícias de perdas e isso preocupa. O agronegócio representa 51% do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso. O estado está passando pela crise econômica do Brasil sustentado pelo setor produtivo. Temos regiões com perdas leves e perdas acentuadas. Temos que acompanhar de perto essa questão e vamos criar um grupo de trabalho para identificar os municípios mais afetados e evitar que o PIB venha a ter maiores impactos”, destacou o secretário-adjunto de Agricultura da Sedec, Alexandre Possebon.

O presidente do Indea, Guilherme Nolasco, afirmou que a reunião entre o Governo de Mato Grosso e os produtores é importante para receber as demandas e os números das perdas que estão sendo causadas pelo clima.

Conforme o presidente da Aprosoja-MT, Endrigo Dalcin, destacou que desde o início da safra a entidade tem alertado aos produtores sobre o El Niño. “Além da soja, temos o milho 2ª safra com redução de produtividade e produção. Na região Norte, por exemplo, a soja que está em fase de produção de grãos está murcha. Estamos preocupados diante o nível de investimento e tecnologia aplicados nesta safra. Isso fez com que o custo de produção subisse. Essa reunião nos dará um norte dos próximos passos a serem tomados”. A Aprosoja-MT encontra-se hoje com sua técnica em campo para a realização de levantamentos nas lavouras.

Irrigação

Questionados sobre a produção de soja com o uso de irrigação, o que seria uma saída diante a seca, Dalcin e Possebon destacaram que hoje menos de 1% dos 9,2 milhões de hectares semeados utilizam irrigação.

“O que temos hoje é um cenário que não apresenta sinais de melhora nos próximos dias (clima). O que está se fazendo é estabelecer os impactos. Vamos analisar os números e quantificar para poder ir ao Ministério da Agricultura”, frisou o secretário-adjunto da Sedec.

Endrigo Dalcin enfatizou, ainda, que além dos contratos de financiamento que estão vencendo no próximo ano, outras preocupações dos produtores é quanto ao encolhimento da renda e o cumprimento dos contratos com as tradings. “Nos preocupa ainda se tivermos excesso de chuva durante a colheita, pois além das perdas por falta de chuvas teremos perdas pelo excesso dela”.
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